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Para Auricchio, atuação da USCS contra Covid é legado para cidade

Prefeito de S.Caetano enaltece universidade como centro de pesquisa, defende sistema de saúde e se diz preocupado com 2021

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
13/08/2020 | 00:02
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No dia 1º de julho, o governador João Doria (PSDB) surpreendeu ao apontar a USCS (Universidade Municipal de São Caetano) como um dos centros de pesquisa para aplicação da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech para combater a Covid-19. Foi neste dia que o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) cristalizou um pensamento que já nutria havia tempo: a atuação da instituição de ensino municipal é um dos grandes legados para a cidade.

Auricchio confessou que quando a USCS anunciou em 2014 que passaria a oferecer curso de medicina em sua grade, viu o passo dado com desconfiança. Seis anos depois, entretanto, reconheceu que a universidade não apenas produz mão de obra médica, como atua no campo da pesquisa e do serviço, mostrando que a aposta do passado foi acertada.

“A USCS conseguiu ir além da formação de médico, que já é algo importante para qualquer cidade. Atuam em várias frentes, como na plataforma Disque Coronavírus e na pesquisa. Tanto que o Instituto Butantan reconheceu a USCS como instituição de pesquisa médica séria, no mesmo patamar de uma Fiocruz ou de uma Faculdade de Medicina da USP”, celebrou Auricchio. “Dá para pensar em almejar essa chancela no futuro. Temos um bom ponto de partida, um Norte, de que a USCS tem muito a oferecer para o meio acadêmico.”

O chefe do Executivo esteve ontem no Hospital São Caetano, onde funciona estrutura de campanha para pacientes diagnosticados com Covid-19 e conversou com servidores que trabalham na linha de frente da testagem da vacina. “As universidades surgiram no período pós-medieval na Europa com objetivo de ensinar, pesquisar e aplicar essa riqueza de conhecimento. É o papel de uma universidade em uma sociedade. Algo que a USCS está conseguindo reproduzir com excelência.”

Além da USCS, Auricchio elencou a “robustez do sistema de saúde municipal” como legado ao município durante a pandemia do novo coronavírus. “Deu resposta positiva para a cidade. Não sou eu quem está falando, é a cidade, é o usuário, que reconhece que a estrutura da saúde pública suportou a gente passar por uma das piores pandemias da história da humanidade”, considerou.

Novo desafio, entretanto, estará colocado a partir de segunda-feira, já que a administração autorizará o atendimento de pacientes de outras enfermidades – até então, exames, cirurgias eletivas e demais procedimentos que não tinham relação com a Covid-19 estavam represados como parte da estratégia de evitar a disseminação do vírus na cidade.

Auricchio garantiu que todos os passos estão sob monitoramento da equipe da Secretaria de Saúde, chefiada por Regina Maura Zetone, e que ajustes finos precisarão ser feitos paulatinamente. “Há um planejamento interno que nos mostra que a nossa rede dará conta do recado diante desse novo desafio.”

Formado na Faculdade de Medicina do ABC (na 14ª turma), Auricchio disse que a pandemia de Covid-19 o estimulou ainda mais como gestor público. “Nunca imaginei na minha vida, seja como prefeito ou médico, passar por algo semelhante como o que estamos passando pela Covid. Dentro da angústia, de todos os desafios, trouxe estímulo de estudar, de ler, debater, de voltar ao meio acadêmico. Estou voltando a conviver com professores que me deram aula há 30 anos, estudando epidemiologia, infectologia, lendo muito. Me deixa estimulado, sim, confesso.”

Até diante do quadro que tem lidado desde março, quando a primeira morte por Covid-19 foi confirmada no Estado, Auricchio demonstrou preocupação com discursos eleitoreiros – o pleito municipal está marcado para o dia 15 de novembro. O tucano assegurou que a cidade está estruturada para passar por 2021, ano que ele classificou como o mais desafiador de todos, desde que não haja “equívocos e amadorismos”. “Tem de ter muita determinação, planejamento, sinceridade. O pleito local é o que mais fervilha, o pleito do ‘vou te dar tudo, trem, ônibus, hospital’. Não é o momento para isso. Não pode falar isso para as pessoas em um ano de desafio. O desafio é proteger e acolher as pessoas”, citou ele, dizendo que São Caetano investiu R$ 90 milhões até agora no combate ao coronavírus e viu frustração de arrecadação na casa dos R$ 120 milhões e aumento de 25% no pedido de programas sociais.

“Apesar de tudo, teremos uma cartela de investimentos garantidos para o ano que vem, com operações estruturadas, algo que nos dará tranquilidade para atravessarmos 2021 e chegarmos em 2022 em outra perspectiva”, comentou Auricchio, enaltecendo a marca de 60 mil testes feitos na cidade (mais de um terço da população, de 161,1 mil habitantes).




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