O dia de Guilherme Franco, 19 anos, de Santo André, começa cedo. Acorda às 6h45, toma café e se prepara para a primeira oração. As aulas logo começam, com intervalo para almoço, e voltam na segunda metade do dia. Às 21h, já está dormindo, mas não antes de fazer a última oração. Essa é a primeira etapa para ele se tornar padre, decisão que tomou aos 15 anos. "No início todos achavam que era brincadeira, mas sentia que era o que ia me fazer feliz."

No primeiro ano de preparação, os meninos ficam mais reclusos e com tempo para decidir se é isso mesmo o que desejam. Depois, fazem três anos de Filosofia e quatro de Teologia, além de um ano de experiência pastoral. Só então são ordenados padres. E a família concorda? "Para os pais é dificil, porque fazem planos, mas sabem que é o meu caminho. A oração também ajudou."

Guilherme só passa um fim de semana por mês com a família. Nas horas vagas curte internet (tem perfil no Face) e joga futebol. Já teve um relacionamento, mas agora quer se concentrar no que realmente procura: a palavra de Deus. "É vocação mesmo." O companheiro de seminário Marcos Bertazzoni, 26, demorou um pouco mais para se decidir, mas não se arrepende. "Meu irmão gêmeou reclamou no começo, mas acabou concordando."