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Aluna ganha bolsa do ProUni, mas faculdade não abre turma
Por Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
23/02/2005 | 14:18
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Luciana Cacalis Magatti, 17 anos, de Santo André, é uma dentre os 112 mil candidatos selecionadas pelo MEC (Ministério da Educação) em todo país para receber uma bolsa de estudos do ProUni (Programa Universidade para Todos). Mas o benefício que recebeu será congelado. É que a instituição escolhida por Luciana, a Foco (Faculdade Octógono), em Santo André, não recebeu inscrições suficientes para o vestibular convencional – que absorveria alunos pagantes – para formar turmas de Turismo e Administração, primeira e segunda opções de curso que a adolescente preencheu na ficha do ProUni.

Agora, Luciana terá de esperar o começo do próximo semestre para usufruir do benefício, depois que a Foco realizar novo processo seletivo. Ainda assim, corre o risco de adiar por mais seis meses o sonho de fazer uma faculdade, caso a procura pelos cursos da instituição também seja pequena.

A secretaria da Foco confirmou ao Diário que a concessão da bolsa de estudos está garantida para a adolescente. A baixa procura pelos dois cursos, principalmente o de Administração, foi considerada uma surpresa pela secretaria da faculdade. Somente para o curso de Mecatrônica, a Foco conseguiu formar uma turma para o primeiro semestre deste ano. Com campus na região central de Santo André, a instituição foi criada em 1999 e funciona juntamente com o Colégio Pentágono.

“Eu me sinto perdida”, desabafa Luciana Magatti. Ela saiu de Itapeva, no interior do Estado, para morar com a avó em Santo André em busca da grande variedade de instituições de ensino superior da região – mais de 30 faculdades, distribuídas em seis cidades do Grande ABC.

Luciana conseguiu a bolsa de estudos integral oferecida pelo ProUni porque obteve bom desempenho na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2004 e por ter declarado renda mensal familiar de até R$ 390 per capita. Ela optou pela Foco no ato da inscrição não só porque a faculdade fica em Santo André, mas porque a instituição oferece dois cursos que interessam à estudante: Turismo e Administração.

“Quando soube pela internet que fui pré-selecionada, procurei a secretaria da Foco várias vezes para me certificar de que a vaga era garantida. Agora vou ter de esperar pelo semestre que vem”, diz Luciana.

Segundo a assessoria de imprensa do MEC, casos como o da estudante de Santo André foram raros ao longo das três etapas de inscrições do ProUni. Isso porque, a partir da segunda fase, as instituições que anularam parcialmente as vagas destinadas ao ProUni já previam a não-abertura das turmas devido à baixa procura, e informaram ao MEC. De 118 mil bolsas de estudos, a oferta baixou para 112 mil. Só que algumas instituições ainda mantiveram a oferta, na expectativa de que outros candidatos se inscrevessem no vestibular convencional.

Ainda de acordo com informações da assessoria do MEC, não houve irregularidade por parte da Faculdade Octógono. O adiamento da concessão da bolsa de estudos em função da não-abertura de turmas é previsto no artigo 4º da portaria 467 do Ministério da Educação, de 10 de fevereiro de 2004. O regulamento também não prevê a transferência da bolsa para outra instituição que ofereça os mesmos cursos.



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