Política Titulo Conflito
Reintegração de posse causa crise entre PT e Marinho

Movimentos de moradia e ala à esquerda do partido
condenam a GCM em desocupação no Cooperativa

Raphael Rocha
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
03/12/2014 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A condução de reintegração de posse em terreno no bairro Cooperativa, em São Bernardo, causou racha no PT local, com grupos ligados ao movimento de moradia e a tendências de esquerda da sigla criticando o comportamento do prefeito Luiz Marinho (PT).

No sábado pela manhã, houve atrito entre representantes do MLB (Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas) e a GCM (Guarda Civil Municipal) no processo de remoção das famílias em área particular da Estrada Fukutaro Yida. Integrantes do movimento acusaram guardas-civis de agressão e de “abuso de autoridade”. Depois, foram protestar em frente à residência de Marinho, que não quis receber os manifestantes. A crise se instalou ali.

Ainda no sábado, o MLB encaminhou nota condenando a atitude da GCM e criticando duramente o governo Marinho, falando em traição. “A GCM foi exemplo de truculência e covardia, o que prova que a militarização da Segurança Pública é política pública em São Bernardo. Com ódio e violência contra os pobres, privilégios e concessões para os ricos, assim se comportou o prefeito Luiz Marinho, que, ao ordenar o despejo, traiu todos os trabalhadores e trabalhadoras que acreditaram que ele faria um governo de ‘inclusão social’.”

O petismo também se rebelou contra Marinho. Desde segunda-feira, filiados ligados a movimentos de moradia reclamaram da atitude do chefe do Executivo. O Diário apurou que até mesmo a secretária de Habitação, Tássia Regino, teria questionado a condução da reintegração de posse.

A tendência Articulação de Esquerda repudiou o episódio, pedindo ao presidente do diretório de São Bernardo, Brás Marinho (irmão do prefeito), a convocação de reunião extraordinária para debater o caso. O grupo lembrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conversa com prefeitos, pediu reaproximação com movimentos sociais.

Vídeos foram divulgados na internet, mostrando a ação da GCM. Em uma postagem no site YouTube, guardas-civis aparecem jogando bombas de efeito moral contra pessoas que estavam acampadas no terreno – o MLB estima que 300 famílias ocuparam a área. Em seguida, desmontam as barracas. O movimento acusa a corporação de destruir e sequestrar pertences.

A Prefeitura não se posicionou sobre o caso e Brás Marinho não retornou aos contatos da equipe do Diário. 

Grupo prepara protesto para hoje, na Câmara, e também para 6ª

Integrantes do MLB (Movimento de Lutas nos Bairros e Favelas) e militantes petistas ligados à esquerda do partido prometem protestar contra a atitude do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), na reintegração de posse de terreno no bairro Cooperativa, na manhã de sábado. Hoje, manifestantes devem comparecer à Câmara, na sessão ordinária, para condenar o ato da GCM (Guarda Civil Municipal).

 

Outro protesto é organizado para sexta-feira, também na sede do Legislativo de São Bernardo. “Reuniremos neste ato todos os militantes do movimento popular, sindical, estudantil, da imprensa alternativa e demais pessoas que se solidarizam com as famílias da ocupação Devanir José de Carvalho (onde estavam 300 famílias, no bairro Cooperativa), organizada pelo MLB, que sofreram desocupação violenta por parte da Prefeitura, através da tropa de choque da GCM, mesmo sem mandato de reintegração de posse”, informou pelo Facebook o MLB. (RR/GP)




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