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Moto com ABS: versão ou opcional?
Por Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
18/11/2009 | 07:00
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O lançamento da CBR 300R ABS criou uma confusão para o seguro de motos - que já é dos mais caros e difíceis de se fazer no Brasil. Em razão de um desentendimento entre a Honda e a Fipe, consumidores podem ter dificuldades no instante de contratar o serviço.

Enquanto a Honda entende que CBR 300R ABS é um novo modelo, para a Fipe (Fundação Instituto Pesquisas Econômicas) trata-se apenas de um item opcional -sem a necessidade de uma cotação específica. A tabela da Fipe é uma referência para o mercado de seguros.

O desentendimento criou problemas para a hoteleira Noeli Breda do Prado, de 22 anos, que teve de trocar de seguradora porque a Mapfre não quis fazer o contrato enquanto a Fipe não divulgasse tabela com o valor do modelo.

"A Fipe não vai abrir uma exceção para a Honda, senão a nossa tabela iria ficar imensa", afirma Eduardo Lima, supervisor de campo da Fipe. "Só a BMW, por exemplo, tem três versões de freios ABS. Não dá para criar uma cotação para cada uma delas", diz.

Neste caso, a Fipe entende que a cotação deve ser feita pela média. A Honda segere preço público ao consumidor de R$ 11.490 pela CBR 300R. Para a CBR 300R ABS, o preço sugerido é de R$ 13.999.

A assessoria de imprensa da Honda afirmou que a montadora entende a versão como um novo modelo. Com isso, a CBR com ABS mereceria cotação específica, mas reconhece que não é competência do fabricante dizer ao mercado como proceder.

"Por que o consumidor é que sempre tem de ficar com o narizinho vermelho e se sujeitar a estas situações?", questiona o jornalista José Luiz do Prado, que acompanhou a dificudade da filha hoteleira, moradora de São Bernardo, para contratar o seguro.

O diretor da FenSeg (Federação Nacional das Seguradoras), Luiz Alberto Pomarole, entende que, em casos como da consumidora do Gande ABC, o correto é o seguro pela média. Para incluir o equiopamento e chegar ao preço aproximado do veículo, as seguradoras usam uma taxa de ajustamento, que varia entre 5% e 10% sobre o preço final do veículo.

"Com este ajustamento, estaria resolvido o problema", afirma o diretor da Mapfre Mauricio Galean. Para ele, o profissional da empresa consultado pela consumidora não teve a correta orientação para resolver o problema. "O mercado já prevê essa compensação", diz Galean.

Seguradoras fogem das 2 rodas

Nas grandes cidades brasileiras, 90% das seguradoras não fazem seguro para motos, principalmente para as que têm uso comercial: motoboys, entregadores de pizzas, cobradores, entre outros. As 10% das empresas que fazem seguro limitam-se a firmar contratos para proprietários que usam as motocicletas entre a casa e o trabalho e para atividades de lazer . "Neste caso, o valor do seguro é baseado no perfil do proprietário", afirmou Luiz Alberto Pomarole, diretor da FenSeg (Federação Nacional das Seguradoras). "As motos esportivas têm seguro bem mais caro porque é grande o risco de queda",diz. "Já para motos custom, que desenvolvem menor velocidade e têm condução mais tranquila, o preço é mais suave."

Segundo Pomarole, a grande exposição das motos pequenas nas metrópoles aumenta muito o risco de furto e roubo, pela facilidade de criminosos transportarem, desmontarem e revenderem o veículo.

"Mas em cidades do interior, onde a moto de pequeno porte é mais um estilo de vida do que uma ferramenta para o trabalho, as empresas de seguro não recusam contratos", diz Pomarole. O valor também é baseado no perfil do cliente.




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