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Tarantino de época

'Bastardos Inglórios' é antinazista; principal estreia da semana é ambientado na Segunda Guerra Mundial

Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
09/10/2009 | 07:00
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Depois de cunhar prosaicos diálogos entre assassinos de aluguel e realizar a saga de uma noiva vingativa, Quentin Tarantino ousa agora imaginar Hitler batendo o pé qual criança mimada a cada insucesso de seu exército. Sim, "Bastardos Inglórios", a principal estreia da semana, é ambientado durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de ser a primeira vez em que o cineasta parte de fatos históricos, é bom frisar: ainda se trata de uma fábula tarantinesca. E nisso não reside nenhum prejuízo: trata-se, na pior das hipóteses, de um drama de guerra reinventado. O único senão é que o diretor parece ter crescente dificuldade em cortar seus filmes. Este tem duas horas e 20 minutos. Não precisava tanto.

O mote de um grupo de soldados judeus que sai dos Estados Unidos para exterminar nazistas vinha rondando a cabeça de Tarantino há dez anos. Mas entre os dois volumes de "Kill Bill" e "À Prova de Morte" (que acabou nem estreando no Brasil), o roteiro foi trabalhado de maneira vagarosa. No ano passado, o eterno enfant terrible (apesar dos 46 anos) voltou a pensar as cenas. Além dos diálogos, pesa o ótimo elenco, que conta com atores europeus.

Centrado na ocupação nazista na França, o roteiro imagina dois focos de resistência paralelos. O primeiro são os tais Basterds, liderados pelo tenente Aldo Raine (Brad Pitt, com um quê matuto e visual que lembram Clark Gable). O grupo é pequeno, mas tem pretensões inversamente proporcionais. Cada um tem de trazer 100 escalpos de oficiais a serviço de Hitler. Quer algo mais Tarantino do que jovens de ascendência semita fazendo uso de técnicas indígenas? Com facas, tacos de baseball e outras armas envolvidos, convém reforçar que há cenas que podem incomodar os mais sensíveis.

Sem saber da existência do grupo, Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) prepara sua vingança. Única sobrevivente de uma família judia, foi obrigada a reconstruir a vida sob nova identidade. A chance de ir à forra surge quando o herói nazista Fredrick Zoller (Daniel Brühl, de Adeus Lenin!) cai de amores por ela e convence os superiores a realizar uma festa no cinema que ela dirige.




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