Economia Titulo Estágio
Nube analisa valor da bolsa-auxílio
Lucas Tieppo
Especial para o Diário
03/05/2009 | 07:14
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O Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) realizou uma pesquisa que visava analisar os valores de bolsa-auxílio pagos aos estagiários. A pesquisa Valores pagos aos estagiários do Brasil foi realizada na primeira quinzena de abril e contou com a participação de 12.140 estagiários de diferentes níveis em todo o País. Os valores variam entre R$ 488 e R$ 961,90 para alunos do Ensino Médio, Técnico e Superior.

Para Carlos Henrique Mencaci, presidente do Nube, o resultado obtido com a pesquisa mostra que a nova lei do estágio, que reduziu a carga horária do estágio para no máximo seis horas por dia, entre outros benefícios, não influenciou tanto quanto o esperado nos valores pagos aos estudantes. "A redução da carga horária não influenciou tanto nos valores da bolsa-auxílio, ao contrário das nossas expectativas. Eles se mantiveram estáveis, o que é bastante positivo. A diferença no valor das bolsas é pequena em relação à pesquisa realizada há um ano", afirmou Mencaci.

Todos os participantes foram contratados a partir de 26 de setembro de 2008, ou já tiveram seus contratos adaptados, segundo as regras da nova legislação.

A média geral paga por um estagiário brasileiro é de R$ 705,96. Para o Ensino Médio, R$ 421; para Médio Técnico, R$ 467,16; para Superior, R$ 805,84 e para Superior Tecnólogo, R$ 707,07. "O valor da bolsa deve ser compatível com o valor da mensalidade paga pelo estudante, já que 90% dos estagiários arcam com os custos do estudo", explicou o presidente do Nube.

O impacto da nova legislação e da crise econômica diminuiu o número de estagiários no Brasil. Levantamento da Abres (Associação Brasileira de Estágios) mostra que o País tem 900 mil estagiários, sendo 650 mil no nível superior e 250 mil no nível médio, para um total de 13,1 milhões de estudantes.

Entre as áreas que têm maior valor de bolsa-auxílio no Nível Superior, Mencaci destaca o curso de Engenharia. "O curso de Engenharia é sempre um destaque, pois é bastante caro e muito difícil, assim, os estudantes que estão nos primeiros anos não conseguem tempo para estagiar, por isso é um curso bastante valorizado no mercado. Outros destaques são os cursos de Arquitetura, Economia e Direito".

Por outro lado, o presidente do Nube, lembra que o mercado segue a lei da oferta e procura, pois isso, em alguns cursos a bolsa tem valor menor. "Cursos como Educação Física e Turismo têm a remuneração baixa devido à grande quantidade de estudantes para poucas vagas. O mercado segue a lei da oferta e procura, além da capacitação dos alunos", explicou.

"A pesquisa também mostrou a postura que os estudantes estão adotando, que usam como ‘piso' para bolsa-auxílio o valor da mensalidade do seu curso", ressaltou o presidente do Nube.

Mencaci também comentou os outros níveis de ensino. "O Nível Médio Técnico vem tendo um aumento no número de vagas e o valor pago na bolsa-auxílio é bastante interessante, a capacitação obtida é muito valorizada. No Nível Superior Tecnológico a capacitação está fortemente ligado ao valor da bolsa", afirmou.

"No início, foi necessária uma adaptação das empresas à nova lei. Em um primeiro momento sofreram um grande impacto, mas já existe uma boa retomada", concluiu Mencaci.




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