O Código de Trânsito Brasileiro é claro: a receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. Sem parte dessa receita, já que apenas as infrações manuais são aplicadas, a cidade de Mauá está reduzindo a oferta de melhorias ao sistema de trânsito há 17 meses.

Para o professor de Transportes da Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, João Virgílio Merighi, o prejuízo vai além do município. "Na medida em que não se tem essa verba, em tese, está se prejudicando o próprio desenvolvimento regional."

A possibilidade de acionar os motoristas em situação irregular é outra vantagem. "Parte da sociedade trafega em veículos não-licenciados e ao se aplicar uma multa é possível verificar isso, tornando-se uma forma de monitoramento", afirmou Merighi. "Na fase em que estamos, é fundamental ter radares. Essa é ainda uma das formas de reduzir o número de acidentes", completou.

Sobre a falta de fiscalização, a Prefeitura de Mauá limitou-se a responder que aguarda resultado da Justiça.

Grande ABC - Em São Caetano, dois radares fixos, dois radares móveis e duas lombadas eletrônicas estão em funcionamento. Em Diadema, outros 20 equipamentos estão instalados. A Prefeitura de Ribeirão Pires mantém oito radares e estuda a possibilidade de acrescentar mais dois. As prefeituras de Santo André e São Bernardo não atenderam à reportagem.