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Fiéis se despedem de padre discípulo do papa João Paulo

Polonês Jorge Wasilewski, pároco da igreja andreense Santa Terezinha, morre aos 77 anos

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
22/08/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A comunidade católica da região se despede do padre Jorge Wasilewski, que morreu na madrugada de ontem, aos 77 anos, após quadro de insuficiência respiratória provocada por forte gripe. O polonês atuava há 14 anos na Paróquia Santa Terezinha, em Santo André, e completou 50 anos de sacerdócio em julho.

O sacerdote chegou ao Grande ABC em 1973, seis anos após ter saído da Polônia. Padre Jorge foi ordenado na cidade de Cracóvia e foi aluno do atual São João Paulo II, o também polonês Karol Józef Wojtyla, papa canonizado pela Igreja Católica. Ambos trabalharam na Pastoral dos Jovens da faculdade e celebraram três missas juntos, na Itália.

Em entrevista ao Diário em abril de 2005, padre Jorge destacou os ensinamentos recebidos pelo então futuro papa, carregados por toda a vida. “Uma pessoa humilde e simples, mas que, como arcebispo, exigia que todos se dedicassem inteiramente ao clero”, lembrou à época.

A experiência ao lado do santo papa era casualmente lembrada pelo pároco durante as missas, revela o técnico mecânico aposentado Hugo Rodrigues, 76, morador do bairro Santa Terezinha há 60 anos. “Em uma ocasião ele chegou a jantar com o papa, na Cracóvia”, destaca.

Centenas de fiéis deram adeus ao líder religioso e prestar as últimas homenagens. Um deles é a dona de casa Maria da Penha Flores Tosto, 69, que conhecia o padre há cerca de 15 anos. “Fiquei surpresa com a notícia. Ele era uma bênção, muito fiel a Deus.”

Na região, padre Jorge trabalhou também nas paróquias Catedral Nossa Senhora do Carmo e Santa Maria Goretti, em Santo André, São José, em São Bernardo, e Santa Rita de Cássia, em Diadema. Não há prazo para que o sucessor do padre seja nomeado pelo bispo da Diocese de Santo André, dom Nelson Westrupp. Até lá, a paróquia segue aos cuidados do diácono Edmir dos Reis.

O velório se estendeu por toda a tarde de ontem e permanecerá até a manhã de hoje, quando será finalizado com missa de corpo presente, às 9h. O enterro está marcado para às 11h no Cemitério das Colinas, em São Bernardo.

LEGADO

Apesar de crer que a morte simboliza o início de caminhada para a vida eterna, Elzeni da Silva Costa, 64, secretária do pároco há 37 anos, não consegue conter as lágrimas de saudade. “É difícil acreditar.”

Segundo Elzeni, a quem o pároco apaixonado por pescaria chamava carinhosamente de mãe, fica um legado aos fiéis: estarem sempre atentos aos cuidados com as crianças e jovens e dispostos a ajudar o próximo. “Ele era simplesmente a representação do amor e da ternura”, considera. 




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