Trabalhadores das instituições bancárias se reuniram ontem, na Rua Senador Flaquer, no Centro de Santo André – conhecida como a rua dos bancos –, em passeata. O ato, que saiu da frente do antigo Teatro Carlos Gomes, foi em protesto à falta de proposta da Fenaban (Federação Nacional de Bancos) diante das reivindicações da categoria na campanha salarial. Cerca de 100 pessoas estiveram presentes. Ontem foram fechadas 230 agências na região, e cerca de 3.000 trabalhadores ficaram com os braços cruzados.

“Apenas no primeiro semestre deste ano, os seis principais bancos do País tiveram lucro na ordem de R$ 29 bilhões. Com esse montante todo, como podem alegar que não darão reajuste real?”, apontou o diretor do Sindicato dos Bancários do ABC Belmiro Moreira.

Hoje, a paralisação entra no 16º dia. Em assembleia avaliativa de rua, os trabalhadores aprovaram a continuidade da greve por tempo indeterminado e agendaram novo encontro para terça-feira (8), às 17h, na Rua Xavier de Toledo, 268, na sede do sindicato.

Entre as reivindicações, os bancários pleiteiam 11,93% de reajuste (inflação mais 5% de aumento real); valorização do piso salarial; PLR (Participação nos Lucros e Resultados) maior; mais empregos e fim da rotatividade; melhores condições de saúde e trabalho; mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.

Na Capital, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – Central Única dos Trabalhadores), responsável pelas negociações com a Fenaban, realizou balanço, apontando o fechamento de 11.406 agências e centros administrativos até ontem – crescimento de 85,6% desde o início das paralisações, no dia 19 de setembro.