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Robôs e monstros geram épico geek
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
09/08/2013 | 07:07
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Divulgação


Grande parte das crianças já se divertiu narrando e comandando incríveis lutas protagonizadas por robôs de bonecos. Aos 49 anos, Guillermo Del Toro parece reviver os tempos da infância em 'Círculo de Fogo', só que com cerca de US$ 200 milhões de orçamento para dar vida à sua imaginação. O resultado mistura ficção científica, ação, aventura e alta dose de diversão.

Após comandar as adaptações de Hellboy para o cinema e assinar o filosófico 'O Labirinto do Fauno', o cineasta mexicano agora viaja para o Oriente em busca de inspiração. Seriados japoneses de supergrupos que marcaram os anos 1980 e 1990 e o mangá 'Neon Genesis Evangelion' parecem ser fontes para o longa-metragem no qual os astros são os robôs do tamanho de prédios e gigantescos monstros.

O roteiro que mais funciona para juntar as lutas do que para contar uma história foca o rebelde Raleigh Becket (Charlie Hunnam, da série 'Sons of Anarchy'), piloto dos poderosos Jaegers construídos pelas potências mundiais para combater os misteriosos Kaijus, como ficam conhecidas as criaturas destrutivas que surgem do fundo do mar. Como tem dito os cartazes: "Para enfrentar monstros, nós criamos monstros".

As adversidades da trama também estão na complexidade de se comandar essas surreais máquinas de guerra, que necessitam de duas pessoas para lidar com a intensa troca de atividades cerebrais. A compatibilidade entre os escolhidos é fundamental e Raleigh terá a ajuda da japonesa Mako (Rinko Kikuchi) para movimentar o ultrapassado robô norte-americano que atende pelo nome de Gipsy Danger. Em paralelo às batalhas (elaboradas utilizando boas noções de peso e tamanho dos rivais e dos cenários), militares e cientistas tentam descobrir o que esses seres desejam com suas destruições. Destaque para a obsessão do bizarro Dr. Geiszler (Charlie Day, da comédia 'Quero Matar Meu Chefe') em se aproximar dos Kaijus.

É o tipo de obra na qual a trama pouco importa. Del Toro é esperto o bastante para perceber isso e não nos dá mais do que precisamos saber dos protagonistas - não adianta os personagens serem profundos se a pancadaria é a atração principal. Seus traumas e objetivos são básicos o bastante para não confundir o espectador de quem são as estrelas do filme. Até mesmo por isso, os cinéfilos podem caracterizar 'Círculo de Fogo' como um filme menor da carreira do diretor. O crédito do cineasta está em sua visão grandiosa e na percepção correta de fazer uma série de clichês ganharem ar moderno em blockbuster de respeito. É um filme geek que já nasce clássico. 
 




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