Setecidades Titulo Sem acordo
Federais da região
seguem em greve

Os professores da Unifesp Diadema e UFABC rejeitaram
a proposta apresentada pelo governo; greve dura 2 meses

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
18/07/2012 | 07:00
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Os professores das universidades federais do Grande ABC, em greve há dois meses, realizaram ontem assembleia na qual rejeitaram a proposta apresentada pelo governo ao Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Com o resultado, tanto a UFABC (Universidade Federal do ABC) quanto a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) seguem com paralisação dos docentes, servidores e estudantes.

A assembleia de professores da UFABC contou com cerca de 200 educadores; já na Unifesp, apenas 79 pessoas participaram, tendo em vista que a instituição está em período de férias. De acordo com o calendário do comando geral de greve, as universidades têm até sexta-feira para encaminhar resumo dos encontros com posicionamento acerca do tema. Está agendada para terça-feira outra reunião entre o Ministério do Planejamento e o Andes.

Os grevistas questionam a falta de propostas concretas sobre a reestruturação do plano de carreira dos educadores, principal reivindicação da categoria. Apesar de o governo sinalizar ter aceito redução de 17 para 13 os níveis a partir de 2013, há divergências quanto à necessidade de professor passar por concurso público para se tornar titular, além da alteração da carga horária de aulas de oito horas semanais para 12. Outro ponto debatido é a limitação de apenas 20% de professores titulares nas universidades, destaca a presidente da Adunifesp (Associação dos Docentes da Unifesp), Virgínia Junqueira.

Também causou indignação dos educadores a informação de que o reajuste salarial projetado pelo governo chegaria até 45%. "É um jogo de números. Apenas 10% dos docentes, que são os professores titulares, terão esse aumento salarial já contando os 4% concedidos pela MP (Medida Provisória) 568 retroativos a março", observa o presidente da Adufabc (Associação dos Docentes da UFABC), Armando Caputi.

Segundo Virgínia, essa diferença salarial ocorre porque o governo mantém duas linhas de vencimento no holerite dos docentes federais, sendo o básico e uma retribuição por titulação, que corresponde a maior parte do salário. "O reajuste é apenas sobre o vencimento básico, por isso alguns profissionais terão perda salarial com o passar do tempo", diz.

Segundo a presidente da Adunifesp, a tendência é que as instituições federais percam cada vez mais professores para as universidades estaduais, tendo em vista melhores condições. "O salário inicial proposto aos professores com doutorado e dedicação exclusiva será de R$ 8.400 mil em 2015, o que corresponde ao vencimento inicial da USP (Universidade de São Paulo) hoje", destaca.

Na região, a greve dura 61 dias na Unifesp Diadema e 43 dias na UFABC. São 12 mil alunos sem aulas e 630 docentes de braços cruzados.

Sem férias em julho, paralisação prejudica mais a UFABC

Enquanto no calendário da maioria das instituições federais o mês de julho é de férias, na UFABC os cerca de 5.000 alunos estariam em época de provas. Por isso, é grande o interesse dos educadores para que a discussão sobre as reivindicações do Andes seja resolvida o quanto antes.

O calendário da UFABC é quadrimestral. Com isso, as férias acontecem em setembro. "Temos pressa em receber proposta aceitável, até porque os maiores prejudicados são os alunos", observa Virgínia. A educadora destaca ainda que as aulas perdidas serão repostas.

Para Caputi, é incompreensível o governo não querer debater com os professores, além de ser inadmissível a não apresentação das propostas em forma de projeto de lei. Isso porque o prazo para que o projeto seja incluído na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2013 é 31 de agosto. "Se houver vontade política dá tempo", comenta.

MANIFESTAÇÃO - Está marcada para hoje marcha nacional dos servidores públicos do País até a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A UFABC e a Unifesp encaminharão representantes para o movimento.

A ação faz parte de mobilização da greve acordada entre representantes dos comandos de greve dos estudantes, servidores e docentes entre os dias 9 e 13 de julho nos Estados e de 16 a 20 de julho, em Brasília.

 




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