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Senado do EUA aprova reforma no serviço de Inteligência
Por Da AFP
09/12/2004 | 11:26
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O Congresso dos Estados Unidos adotou, de modo definitivo, a histórica reforma dos serviços de Inteligência, a primeira do porte desde a Guerra Fria e que, na visão dos legisladores, reduzirá o risco de ataques terroristas, como o ocorrido em 11 de Setembro.

Menos de 24 horas depois de ser aprovada por ampla maioria na Câmara de Representantes (336 a 75 votos), após meses de reuniões, audiências e negociações, o Senado votou no final desta quarta-feira o texto por 89 votos a dois.

A previsão agora é de que o presidente George W. Bush promulgue a lei nos próximos dias, mas seu porta-voz, Scott McClellan, anunciou que isso não deve acontecer até a próxima semana. O assessor presidencial divulgou uma nota, na qual Bush comemorou a votação no Congresso, afirmando que a reforma "protegerá melhor os americanos" e ajudará a defender o país da ameaça terrorista.

"Continuamos sendo um país em guerra e nossos serviços de Inteligência são nossa primeira defesa contra os terroristas que querem nos atacar. Estou orgulhoso de que esta lei inclua vários pontos essenciais para garantir o respeito à lei que solicitei e que ajudarão a tornar os EUA mais seguros", completou Bush.

Esta ambiciosa reforma, proposta no verão passado (hemisfério norte) pela Comissão de Investigação Independente sobre os atentados do 11 de Setembro, não será fácil de aplicar e a grande questão é se realmente solucionará o mau funcionamento do setor, disseram especialistas nesta quarta-feira.

O almirante Stansfield Turner, diretor da CIA durante a presidência do democrata Jimmy Carter, considera normal tirar o peso da gestão do dia-a-dia da agência, passando esta responsabilidade para o chefão da Inteligência. Por outro lado, ele avalia indispensável "lhe dar outros poderes: a autoridade de estabelecer o orçamento para 15 agências (sob seu comando), de ordenar às suas agências o quê (qual informação) devem coletar e quando, e lhes dizer que assuntos devem ser analisados com prioridade".

O almirante Turner prevê ainda que as resistências serão fortes e que "cada um vai querer defender seu território", em especial o Pentágono.

Adotada no apagar das luzes pela legislatura em final de mandato, que encerrou seus trabalhos hoje, a reforma deve pôr um fim às falhas e problemas nos serviços de Inteligência, questionados por não conseguir impedir os ataques de 2001 e por ter fornecido informações equivocadas sobre o suposto arsenal de armas de destruição em massa iraquiano.

A reestruturação do sistema cria um novo posto de superchefe de antiterrorismo denominado DNI (Diretor de Informação Nacional). Quem assumir o novo cargo, terá sobre sua jurisdição a CIA e outros 15 organismos, dos quais muitos dependem do Departamento da Defesa.

O novo "czar" da Inteligência terá a última palavra, principalmente na área orçamentária, sobre quase todos os organismos encarregados de reunir e analisar informações. Atualmente, o Departamento da Defesa controla cerca de 80% do orçamento destinado ao setor.




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