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Crença cabalística de Martus Tavares definiu mínimo
Do Diário do Grande ABC
25/03/2000 | 15:56
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A fixaçao do novo salário mínimo em R$151 foi fruto da crença cabalística do ministro do Planejamento Martus Tavares, segundo participantes da reuniao na noite desta quarta-feira, no Palácio do Planalto, em que o presidente Fernando Henrique bateu o martelo.

Diante das pequenas diferenças nas propostas, Martus propôs R$151, argumentando que a soma dos três algarismos dá sete - símbolo da sorte na numerologia cabalística.

O valor de R$150 foi afastado logo, por ser um número redondo que facilitaria as indexaçoes ao salário mínimo, fantasma que o governo luta para enterrar. ``Se o valor escolhido nao fosse R$151, seria R$ 149, mas nunca R$ 150', diz um ministro que participou da reuniao. No começo das discussoes, no início do mês, a equipe econômica se batia por um mínimo de R$ 146, enquanto os parlamentares do PSDB, liderados pelo deputado Aécio Neves (MG), insistiam em R$ 155.

A fórmula do piso regional, que acabou evitando o conflito entre os técnicos e os políticos do governo, era uma das três hipóteses que vinham sendo avaliadas nas últimas semanas. As outras eram aumento escalonado e fixaçao do salário mínimo em R$ 150, como propôs a equipe econômica quando o PFL levantou a bandeira dos R$ 180.

Nenhuma autoridade do governo assume a paternidade da nova fórmula, inspirada no sistema americano. Nos Estados Unidos, o governo federal fixa o salário mínimo nacional e cabe aos estados elevar ou nao esse valor com um adicional estadual.

Fernando Henrique apresentou a proposta na reuniao de quarta-feira à noite. Integrantes da equipe econômica defenderam um limite de R$ 30 para elevaçao do piso regional. Prevaleceu, porém, o argumento de que cabe aos governadores decidir qual valor do mínimo em seus estados. Por essa, nem ACM esperava.




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