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Mordida certeira de André Vianco
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
20/09/2009 | 07:03
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A maioria das produções literárias que envolvem vampiros e o mundo sobrenatural é importada. Apostando no cenário brasileiro para suas histórias, André Vianco desponta como o principal escritor do País no gênero dark. Aos 34 anos, seus 13 livros lançados já venderam mais de 300 mil exemplares.

"Questionava a falta de histórias fantásticas feitas aqui no Brasil. Sabia que existia esse público mais adulto, tanto que fazia parte dele", diz. "Havia um certo bloqueio para esse tipo de literatura brasileira. Acho que ajudei a derrubar esse preconceito."

O sucesso profissional fez com que a edição deste ano da tradicional Noites do Terror, do Playcenter, em São Paulo, tivesse como inspiração os personagens criados por Vianco. O parque de diversões apresenta cerca de 130 atores dando vida às criações do escritor.

Natural de Osasco, Vianco cresceu sendo fã de filmes de terror, de livros sobre criaturas assustadoras e do folclore nacional. "Sempre gostei de tudo que era ligado à fantasia. Isso sempre me manteve próximo desse mundo obscuro. Ficção é comigo mesmo", diz.

Uma de suas fascinações é a maneira do brasileiro de contar causos e lidar com figuras como Mula sem Cabeça, Curupira e Saci. Seu gosto é pelas versões originais dessas lendas, com características típicas de histórias de terror.

Apesar do sonho de se tornar médico, ele confessa que as "milhões de coisas que explodiam na cabeça" precisavam ser "vomitadas". O trabalho independente chamou a atenção da editora Novo Século, que apostou em seu talento. Seu primeiro e principal trabalho profissional é Os Sete, lançado no mercado editorial em 2001. Hoje, o livro conta com mais de 50 mil unidades comercializadas.

A história mostra um grupo de mergulhadores que descobre uma caravela portuguesa naufragada no litoral do Rio Grande do Sul. Dentro dela é encontrada uma caixa de prata, que abriga sete vampiros que são despertados.

O fato de transportar essas figuras místicas para o território brasileiro é um de seus principais trunfos. Entre os cenários, destaque para as ações ocorridas nas ruas de São Paulo, sua terra natal.

Questionado se já pensou em deixar o gênero fantástico de lado para seguir novos rumos em sua trajetória profissional, o escritor logo desconversa. "Eu não atuo no campo da lógica. Meu negócio é viajar na maionese."

BATE-PAPO - O contato com os fãs não é problema para Vianco. No sábado (26), ele estará na Biblioteca Pública Monteiro Lobato (Rua Jurubatuba, 1.415. Tel.: 4330-2888), em São Bernardo para conversar com o público sobre o escritor Edgar Alan Poe (1809-1849, seu grande inspirador - mas outros assuntos devem vir à tona. O bate-papo começa às 15h e a entrada é franca.




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