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População ativa e geração de renda

Atividade intensa do trabalhador agita o setor da construção

Por Cláudio Conz
05/05/2011 | 00:00
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Muito se tem falado sobre os números divulgados pelo Censo 2010, realizado pelo IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E o que vemos é a realidade que observamos em nosso dia a dia e o que as pesquisas por amostras de domicílio têm revelado. O número de brasileiros em idade ativa está em seu auge e atinge dois terços da população, enquanto que o outro terço é composto por crianças e idosos.

Mas na prática, o que isso significa? Além de possíveis futuros problemas nas questões de Saúde e Previdência, pois a população tende a envelhecer, o que isso traz de vantagens ao atual momento da economia brasileira? Temos de inserir em nosso mercado esta população economicamente ativa da melhor maneira possível e aproveitar esta força de trabalho movimentando a economia.

Do ponto de vista do varejo de material de construção, esta atividade intensa do trabalhador brasileiro em faixa etária produtiva, somado ao mercado aquecido e pleno de oportunidades, agita nosso segmento sobremaneira. Este trabalhador quer reformar a casa, melhorar suas condições de vida, quer ter acesso à moradia digna. O aumento do número de pessoas trabalhando dentro de uma casa e a consequente ampliação da renda familiar aumenta o consumo do varejo como um todo, em especial do comércio de material de construção.

A FORÇA DA CLASSE C

Paralelamente a esse fenômeno demográfico, vemos mudanças sensíveis na economia brasileira. Nos últimos anos, milhões de pessoas migraram da linha da pobreza para a classe C. No período do governo Lula, a economia cresceu 37,3%. As exportações do País mais que triplicaram. A inflação caiu de 12,5% para 5,6% ao ano. A taxa básica de juros reais também cedeu de 15% para 6%. O desemprego foi reduzido à metade. A dívida externa com o FMI (Fundo Monetário Internacional) foi paga e mais de 14 milhões de empregos foram criados.

Esse período foi marcado pelo crescimento econômico, a expansão dos programas de transferência de renda, do crédito popular e do aumento do salário-mínimo. A população mais carente diminuiu de 33% do total dos brasileiros em 2001 para 15,5% em 2008. E essa tendência continua.

Diante deste quadro, para o brasileiro dessa classe C ascendente, hoje em dia, reformar a casa é sinal de status. Assim, o varejo de material de construção é favorecido. É esta classe social que tem puxado nossas vendas, com um perfil cada vez mais exigente. Ela quer ter cerâmica em casa, quer ter acesso a itens de decoração, quer ter uma casa pintada e bem acabada. Quer consumir de lojas de bom gosto e ser tratada como um grupo de consumidores com muito potencial. Então, varejista, preste atenção nisso e aproveite o momento!

ATENÇÃO COM O FUTURO

De acordo com os especialistas, este pico de trabalhadores na ativa deve durar uns 30 anos. Eles também apontam a necessidade de se criar espaços para absorver todo este potencial de trabalho. Para nos saírmos bem-sucedidos nesta tarefa, temos de manter crescimento de 4% ao ano, para que nesse período de 30 anos possamos duplicar nosso PIB (Produto Interno Bruto).

E como fazer para que essa força produtiva gere mais riqueza para mantermos o crescimento? A chave para essa questão está num ponto que venho repetindo já há algum tempo: a qualificação da mão de obra. Com um real aumento da produtividade poderíamos criar uma ‘poupança' para aliviar, no futuro, a assistência social das pessoas já em idade avançada.

É preciso estar atentos ao futuro da nossa população, pois há pouco mais de 30 anos, a população com mais de 60 anos não chegava a 5% do total, e hoje os idosos já são 11%. Em dez anos, estimativas apontam que estarão beirando os 15%.

Portanto, este é o momento de colocarmos nossas forças produtivas empenhadas ao máximo. Trabalhar muito, investir em qualificação profissional, gerar renda e aproveitar ao máximo o potencial de consumo da nossa população economicamente ativa são pontos fundamentais para aproveitarmos este momento peculiar tanto da economia quanto da demografia brasileira. Esta é a hora de movimentar nosso Brasil e fazê-lo crescer, uma oportunidade única. Mãos à obra!




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