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Africanos buscam empreendedores na região
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
02/02/2010 | 07:00
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Em breve, algumas empresas do Grande ABC devem abrir filiais ou outros empreendimentos na África. O Consulado da Costa do Marfim - ou Côte D'Ivoire, como é chamada - está iniciando parceria com empresários da região, que não serão revelados enquanto o acordo não for firmado, para expandirem seus negócios ao continente africano.

O que se sabe, de acordo com o cônsul da Costa do Marfim no Brasil, Tibe Bi Gole Blaise, é que estão sendo organizados almoços nesta semana com cerca de 40 empresários da região, essencialmente de Santo André, São Bernardo e São Caetano, para definir equipe que viajará neste mês para a Costa do Marfim a fim de realizar prospecção no local.

Em maio, haverá uma segunda viagem, desta vez para participarem de seminário em que devem estar presentes autoridades locais, como ministros, governadores e prefeitos.

A ideia de levar parte da experiência econômica para a Costa do Marfim surgiu durante a participação de comitiva do país no 1º Fórum Internacional de Relações Multilaterais Econômico-Comerciais, realizado em São Bernardo, em outubro do ano passado.

"A Costa do Marfim é muito parecida com o Brasil. Temos clima e plantações muito parecidos", afirma Blaise. O país é o maior exportador de cacau do mundo e cultiva os plantios de café, banana e algodão. Produz ainda açúcar e borracha.

O intuito da parceria é levar know-how brasileiro para a África, que, além de viver período de desenvolvimento, carece de sistemas de industrialização. Sua economia é calcada na produção de commodities.

"Não é caro para o brasileiro abrir um negócio na Costa do Marfim. Apesar de as operações serem feitas em dólar, o real é muito valorizado em relação ao franco (moeda local)", diz. Para se ter uma ideia, R$ 1 equivale a 250 francos e US$ 1 a 471 francos.

Embora não haja preferência por setor econômico, são muito bem-vindas, segundo o Cônsul, empresas de petróleo e gás e de transformação.

Porém, entre os empresários da região que estão prospectanto a Costa do Marfim, Blaise revela que existe uma rede supermercadista. Para montar uma unidade na África, ele estima que seriam gastos US$ 3 milhões (R$ 5,6 milhões). "Neste caso, não seria necessária a aquisição de máquinas, que tem o maior custo para o empreendedor."

Duas redes do segmento de supermercados do Grande ABC foram questionadas sobre a possibilidade do negócio, mas nenhuma delas confirmou a suspeita.

A Coop, de Santo André, informou que não seria possível abrir uma filial em outro continente porque já se limita dentro do próprio País. "Não abrimos nenhuma unidade a mais de 200 quilômetros de distância por conta da dificuldade de abastecimento", revelou a empresa.

Quanto ao Joanin, de São Caetano, o motivo é semelhante. "Nossa central de abastecimento está na cidade, então mesmo no interior de São Paulo ou na Baixada Santista fica difícil atender. Por isso não temos filiais nestas localidades", justifica o marketing da empresa.

Empresários que se interessarem na parceria podem entrar em contato com o Consulado da Costa do Marfim pelo telefone 3498-1243 ou pelo site www.consuladocotedivoiresp.com.br.




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