Nacional Titulo
MP encontra mão-de-obra escrava em fazenda de senador
Do Diário OnLine
Com Agências
13/02/2004 | 00:21
Compartilhar notícia


O Ministério Público do Trabalho (MPT) libertou, nesta quinta-feira, 32 trabalhadores encontrados em regime semelhante ao de escravidão numa fazenda pertencente ao senador João Ribeiro (PFL-TO), no município de Pirraça, no sul do Pará. Todos foram levados para a cidade de Araguaína, onde vão prestar depoimento à Polícia Federal (PF).

De acordo com informações do chefe da Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Escravo do MPT, Luís Antônio Camargo de Melo, o MPT chegou até a propriedade depois de receber uma denúncias anônima. No entanto, ele admitiu que não sabia que se tratava da fazenda de um senador. "Quando começa a apuração, não se sabe quem é o proprietário. É lamentável, uma vergonha, que se encontrem cada vez mais homens públicos envolvidos nessas denúncias", disse.

Melo também destacou as condições de vida que estes trabalhadores tinham na fazenda do senador. "Os barracos eram cobertos com palha de babaçu e não tinham paredes. Uma latrina, na sede da fazenda, era utilizada pelos trabalhadores. Nós dormimos ontem (quarta) na sede e o local é totalmente imundo. O chão é de terra batida e chove muito dentro da casa."

A assessoria de imprensa do parlamentar declarou, após ser notificada do ocorrido, que João Ribeiro passou por uma operação dentária e que está de licença médica até a próxima semana. Porém, aos final da tarde, o senador divulgou nota negando o trabalho escravo na fazenda. "Jamais, em qualquer tempo ou lugar, adotei prática de manter trabalhadores em situação irregular ou qualquer outra semelhante à de escravidão, prática que sempre condenei e condeno", afirma Ribeiro.

Ele explicou que todos os funcionários foram contratados temporariamente para realizarem a limpeza das pastagens da propriedade. O senador reconhece, no entanto, que foi informado de que "os trabalhadores não foram devidamente contratados como manda a legislação".

Informações do 'Jornal Nacional' dão conta de que os trabalhadores deveriam ganhar R$ 18 por dia, mas estavam a um mês sem receber. Eles também explicaram que eram obrigados a trabalhar aos sábados e domingos, além de pagar pelas ferramentas utilizadas. Eles não podiam deixar a fazenda, localizada numa região de difícil acesso, no meio da selva amazônica

Com Agência Brasil




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;