Economia Titulo
Consumo das famílias brasileiras impulsiona PIB
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
12/03/2010 | 07:00
Compartilhar notícia


Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) de 2009, divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que o País saiu rapidamente da crise, o que segundo os especialistas, deveu-se, sobretudo, às despesas de consumo das famílias.

Enquanto isso, diversos mercados externos ainda observaram forte retração e apenas China e Índia praticamente não sentiram o agravamento das turbulências no crédito global, ocorrido no fim de 2008. A demanda retraída no Exterior contribuiu para que as exportações brasileiras caíssem 10,3% no ano passado.

Segundo o economista Ricardo Moraes, do IBGE, o consumo da população brasileira cresceu - que no ano todo teve alta de 4% e no último trimestre, subiu 7,7% em relação a igual período de 2008 - impulsionado por alguns fatores, entre os quais o aumento da renda. "A massa salarial cresceu 3,3% e o crédito para pessoa física subiu 19,7% (em termos nominais) em 2009", assinalou.

Além disso, houve a ajuda das medidas de incentivo tributário oferecidas pelo governo, o que estimulou a demanda e permitiu a retomada da indústria no fim do ano - embora na comparação com 2008, a queda de 7% na indústria da transformação tenha sido a maior dos últimos anos.

"A agricultura também caiu - a agropecuária teve retração de 4,6% -, mas a crise foi puxada pelo setor industrial", afirmou o coordenador do curso de Economia da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero.

O segmento de veículos, por exemplo, que atingiu o fundo do poço no início do ano passado, começou o processo de recuperação.

"O setor automobilístico já está com a produção em níveis pré-crise", observou o professor de economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Radamés Baroni.

EXPECTATIVA - Neste ano, o mercado interno deve voltar a ser o alavancador da economia nacional, segundo as previsões dos analistas. "Não deveremos ter dificuldade de crescer de 4,5% a 5% neste ano", projeta o Balistiero, em relação à taxa de expansão do PIB de 2010 em relação a 2009.

Ele avalia que, mesmo com a retirada de algumas medidas anticrise, como a redução do IPI para os carros - que só vale até o fim deste mês -, não deve haver grande impacto no consumo.

Ainda segundo Balistiero, o problema ainda se concentra no campo externo, onde ainda é difícil vislumbrar melhora no curto prazo. Isso porque as economias de muitos países desenvolvidos ainda enfrentam retração.

No entanto, já há alguns sinais de reação também nas exportações, observam os economistas. Os números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram, por exemplo, crescimento de 64,1% nas vendas de veículos ao Exterior no primeiro bimestre deste ano frente a igual período de 2009.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;