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São Paulo consegue vitória suada no Chile e assume a liderança
Fernão Silveira
Do Diário OnLine
25/03/2004 | 01:05
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Na base do sofrimento, o São Paulo venceu o Cobreloa por 2 a 1, nesta quarta-feira à noite, em Calama (Chile), pela quinta rodada da Copa Libertadores da América. O resultado colocou o Tricolor provisoriamente na liderança do Grupo 4, com 12 pontos. A Liga Deportiva Universitária (LDU), do Equador, pode retomar a ponta nesta quinta-feira, pois está à frente do São Paulo no saldo de gols (7 a 2). Mas terá de vencer o Alianza (6), em Lima, para ultrapassar o time brasileiro.

Depois da dolorosa eliminação no Campeonato Paulista, diante do São Caetano, o Tricolor deve de mostrar força de vontade e muita superação para derrotar o 'saco de pancadas' da Libertadores – o Cobreloa perdeu seus cinco jogos e marcou apenas dois gols (ambos contra o São Paulo). A partida poderia ter sido mais fácil, pela fragilidade do adversário, mas o time do Morumbi quase se complicou por causa de falhas bobas.

Após abrir 2 a 0 antes da metade do primeiro tempo, com Grafite e Marquinhos, o São Paulo reviveu momentos de pesadelo. Tudo começou num pênalti desnecessário do lateral Fábio Santos, que permitiu o gol do Cobreloa. A expulsão de Grafite, aos 17 da fase final, só complicou a situação. Aos trancos e barrancos, a defesa são-paulina se segurou na pressão e o time conseguiu a vitória em Calama.

O técnico Cuca teve de usar todas as habilidades de psicólogo para 'juntar os cacos' do São Paulo. O isolamento da equipe na desértica cidade chilena ajudou. Mantendo quase a mesma formação que naufragou diante do Azulão, apenas com Marquinhos em lugar de Souza, o Tricolor começou bem e sufocou o fraco Cobreloa.

O time abriu 2 a 0 nas duas primeiras investidas mais agudas que deu ao ataque. Aos 15, Marquinhos alçou a bola na área em escanteio pela esquerda e a zaga afastou provisoriamente. Rodrigo acreditou no lance e fez outro cruzamento, quase sem querer. Grafite foi esperto e se antecipou ao goleiro Ortega dentro da pequena área, protegendo o lance com o corpo. Livre, o camisa 7 só teve o trabalho de empurrar para o fundo da rede chilena: 1 a 0.

Aliviado pela vantagem, o São Paulo ampliou sem demorar, aos 22. O lateral Cicinho desceu bem pela direita e cruzou na área para Marquinhos. O camisa 10 dominou e bateu cruzado, sem deixar a bola cair, fazendo um belo gol. Era o prenúncio de uma goleada que tinha tudo para acontecer em Calama.

Era, pois Fábio Santos se precipitou e começou a complicar uma vitória que estava praticamente garantida. Na disputa de uma bola quase perdida no lado direito da área, o lateral derrubou o habilidoso Bóris González com um imprudente carrinho por trás. O árbitro Ricardo Grance (PAR) não teve dúvidas: pênalti. Dinamarca bateu forte e marcou, chutando no canto escolhido por Rogério Ceni.

Mesmo com o gol, o São Paulo se recuperou rapidamente e voltou a criar chances. Aos 29, o zagueiro Fabão subiu livre em cobrança de escanteio e colocou a bola rente à trave esquerda. Seis minutos depois, Marquinhos disparou em contra-ataque rápido pela esquerda, invadiu a área e bateu de perna destra após se livrar de um defensor. Mas Ortega pegou firme no meio do gol.

O Cobreloa ainda criou duas boas chances antes do intervalo. Aos 40, Rodrigo cometeu jogo perigoso dentro da área e os chilenos tiveram tiro livre indireto. O cruzamento saiu errado e a zaga conseguiu afastar. Aos 45, ainda na pressão, López disparou forte da entrada da área e Rogério Ceni defendeu com segurança.

Os dois times voltaram com as mesmas formações para o segundo tempo. O Cobreloa partiu ao ataque e cedeu espaços para o São Paulo. Aos 11, numa descida rápida pela esquerda, Gustavo Nery cruzou na área e Grafite furou por pouco. O troco dos chilenos saiu três minutos depois, numa bela cobrança de falta do meia Dinamarca que exigiu difícil defesa de Rogério Ceni.

A pouca tranqüilidade que restava ao São Paulo no jogo foi embora com a expulsão de Grafite, aos 17. O atacante fez uma falta boba, quase na linha lateral, e levou o segundo cartão amarelo – o primeiro havia saído por reclamação, no pênalti cometido por Fábio Santos. A vantagem numérica impulsionou o Cobreloa ao ataque. Foram 30 minutos de pressão e sofrimento para torcida tricolor.

Cuca, que assistiu ao jogo das arquibancadas, pois foi excluído na vitória sobre a LDU, logo trocou Marquinhos pelo volante Adriano. O São Paulo se fechou e passou a tentar descidas esporádicas ao ataque. Cicinho e Gustavo Nery contrariaram a altitude de 2.400 metros e correram a plenos pulmões, virando os heróis da equipe no jogo.

Aos 26, após falta sofrida por Fábio Simplício na entrada da área, Rogério Ceni ainda ameaçou numa cobrança que Ortega teve de buscar no canto direito baixo. O Cobreloa, por sua vez, explorou os buracos na defesa adversária e tentou chegar ao gol com repetidos cruzamentos na área. Aos 30, o empate esteve muito perto: Estigarríbia recebeu livre na área e cruzou, Galaz completou sozinho de cabeça e colocou à direita do gol são-paulino.

Cuca ainda trocou Fábio Simplício por Danilo, na tentativa de prender a bola no campo de defesa do adversário. Mesmo pressionado, o São Paulo ainda teve uma última chance, criada pelo apagadíssimo Luís Fabiano. O camisa 9 superou a defesa do Cobreloa aos empurrões e acabou cara a cara com Ortega, que defendeu quase à queima-roupa.

Valente, apesar de pouco criativo, o São Paulo conseguiu segurar o resultado e conquistou uma importante vitória fora de casa. Dia 7 de abril, no Morumbi, o Tricolor encerra sua participação na primeira fase da Libertadores com mais uma 'final antecipada': enfrenta o Alianza, num jogo que deve definir a classificação final do Grupo 4. No mesmo dia, em Quito, a LDU recebe o Cobreloa.




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