Depois de um ano e meio como a doença mais letal na região, a Covid perdeu força nos últimos três meses com o avanço da vacinação e, em novembro, representa menos de 6% dos óbitos registrados nas sete cidades do Grande ABC. De acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil, até sexta-feira foram 891 mortes no mês, 53 delas ocasionadas pelo coronavírus. A patologia que mais mata atualmente é a pneumonia, responsável por 177 falecimentos, ou seja, 19,8% do total, seguida de infarto, com 127 (14,2%).

Em maio deste ano, no pior momento da pandemia na região, a Covid era responsável por 38,5% das mortes, ou seja, praticamente quatro de cada dez pessoas que morriam no Grande ABC tinham o coronavírus como principal causa. No mês foram computados pelos cartórios 2.191 falecimentos na região, sendo 843 de Covid.

O esfriamento da pandemia é observado nos centros médicos. “A medida que aumentou a cobertura vacinal houve decréscimo muito grande na curva epidemiológica (da Covid), então naturalmente os hospitais começam a ser ocupados por </CW>outras patologias. Isso é natural, não estamos na época sazonal de outras infecções virais respiratórias, então observamos mais pacientes com traumas, cirúrgicos e descompensações de outras doenças. É um caminho natural a medida que temos redução de casos de Covid”, explicou o infectologista do Hospital Brasil, da Rede D’Or São Luiz, Ruan de Andrade.

O especialista mostra preocupação com casos de pacientes que podem ter interrompido tratamento de doenças crônica no decorrer da pandemia e que agora correm contra o tempo para conseguir acompanhamento adequado. 

“Temos que analisar que os pacientes que são mais vulneráveis a Covid têm muitas comorbidades, são mais velhos e eles também precisam fazer o acompanhamento laboratorial de suas condições crônicas, no caso de cardiopatias, insuficiência renal e diabete. A pandemia teve impacto no controle rigoroso, nos exames regulares, no rastreio de doenças e isso pode ter contribuído para essas pessoas ter mais descompensações e maior morbidade, principalmente aqueles que não tiveram acesso aos serviços de saúde”, comentou Andrade.

ATUALIZAÇÃO DOS CASOS 

Apenas São Bernardo relatou mortes em razão da Covid ontem. De acordo com dados da Prefeitura, foram mais dois óbitos, de dois homens, sendo um de 38 anos e outro, de 61 anos – não há informações se eles estavam vacinados. Com isso, desde o início da pandemia o Grande ABC já perdeu 10.498 moradores para o coronavírus. As cidades reportaram ontem mais 17 casos, sendo 14 em São Bernardo e três em São Caetano, com 270.272 no total.