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A transformação da roça de Capuava

Anos atrás consultamos o professor José de Souza Martins sobre o significado do nome “Capuava”. Tínhamos duas explicações...

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
10/06/2009 | 00:00
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Anos atrás consultamos o professor José de Souza Martins sobre o significado do nome "Capuava". Tínhamos duas explicações:

Capuava: "Composto de caá-opoaba, morada do mato", segundo Teodoro Sampaio. "Local apropriado para plantação, sítio, casa de roça, choupana", segundo Antonio Geraldo da Cunha.

As duas explicações foram extraídas de um trabalho acadêmico: Os bairros de Santo André: levantamento toponímico, de Ricardo Ferreira Henrique: Universidade de São Paulo - FFLCH, 1987.

Martins foi consultado e respondeu - o que publicamos no nosso livro sobre os 50 anos da Refinaria de Capuava, do sistema Petrobras, localizada em Mauá, no vale do Tamanduateí:

"Sobre a palavra ‘capuava', não tenho muito que dizer, infelizmente. ‘Caa' é, sem dúvida, mato, vegetação. Mas em tupi, parece-me, sempre vinha um complemento para adjetivar esse ‘mato'. As duas definições que você encontrou não me convencem, nem mesmo a de Teodoro Sampaio. Tenho uma suspeita quanto ao verdadeiro sentido da palavra, tendo em vista outras denominações indígenas da região. Mas prefiro não adiantar nada, por ora, para não dizer o que possa estar errado. Vou continuar investigando. Se confirmar minha suposição, lhe escrevo."

Era 2004. E Martins não esqueceu o prometido. Semana passada, enviou novo e-mail: "Recentemente, adquiri num antiquário, em Salvador, o Vocabulário Nheengatu, livro póstumo e raro de Afonso de Freitas, historiador paulista, publicado em 1936. Como lhe disse, é palavra derivada de ‘caa' (Mato). A palavra capuava está lá: ‘lugar onde o mato foi derrubado para receber plantação'. O lugar da derrubada já convertido em roça, isto é, já com plantação formada. Roça." (p. 98).

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 10 de junho de 1979

Manchete - Lima (Mario Castro Lima, ministro da Saúde) adverte Grillo (Lincoln, prefeito de Santo André) sobre o projeto do hospital de clínicas

Mauá - Prefeito Dorival Rezende anuncia a criação da Prodema (Progresso e Desenvolvimento de Mauá), empresa de economia mista destinada a obras de saneamento básico e pavimentação.

Editorial - O primeiro golpe nas eleições de 1980

EM 10 DE JUNHO DE...

1969 - Inauguradas as novas instalações da 4ª Delegacia do Serviço Militar e Junta de Serviço Militar de Santo André: Praça do Carmo, 171.

HOJE

Dia da Artilharia, Dia da Língua Portuguesa, Dia do Pastor e Dia da Raça.

Música & Poesia

O Dia da Língua Portuguesa será celebrado hoje, às 14h, no auditório da Biblioteca Municipal Paul Harris, em São Caetano. Presenças do cantor e músico Gesiel de Oliveira e do poeta Luizinho Bastos. Na plateia, membros da Academia Popular de Letras. Em pauta, poesias de Camões, Guimarães Rosa, Cecília Meireles e Machado de Assis cujos poemas ganharão música. Endereço: Avenida Dr. Augusto de Toledo, 255, esquina com a Avenida Goiás.

SANTOS DO DIA

Amâncio, Deodato, Getúlio, Itamar, Luciliano, Margarida e Olívia.

Almanaque

Antonio de Angelis

Nascimento: Olímpia (SP), 9 de junho de 1909.

Vereador: 2 de fevereiro de 1949 a 2 de março de 1949.

Partido: PDC.

Falecimento: Santo André, 11 de janeiro de 1980.

Sua experiência como vereador em Santo André foi quando do impedimento do titular, João Dal'Mas. Viveu em Santo André de 1934 até a data do seu falecimento. Trabalhou em empresas como a Rhodia Química, Pirelli e Refinaria de Capuava. Foi também vendedor. Participou da fundação do Circulo Operário de Santo André e da Sociedade São Vicente de Paula. Colaborou com o jornal Folha do Povo.

No centenário de Antonio de Angelis, a lembrança: sua família nos repassou vários jornais antigos de Santo André em que foram publicados artigos de autoria do seu patriarca. Aos poucos, divulgaremos esses verdadeiros achados.

O migrante da Karmann-Ghia

Nelson Campanholo celebra hoje 70 anos. Como tantos outros brasileiros, um dia trocou a roça pela cidade grande. Acreditou na nova vocação de São Bernardo: a da indústria automobilística.

Repetiam os Campanholo a mesma marcha de tantas outras famílias do Grande ABC: as que tiveram antepassados imigrantes - no caso dele, italianos - e cujos descendentes se transformaram em migrantes.

Campanholo chegou a São Bernardo com 23 anos de idade. O parque automotivo vivia os primeiros anos. Ingressou na Karmann-Ghia e seguiu trajetória que o levou ao sindicato e à política partidária, alcançando o mais alto posto no Legislativo local, o de presidente.

LINHA DO TEMPO

1939 - 10 de junho: O nascimento em Piquerobi, região de Presidente Prudente.

1962 - Vem com a família para São Bernardo e assiste à transformação das antigas Colônias no atual bairro Assunção.

1968 - Ingressa como soldador na Karmann-Guia.

1969 - Ingressa no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, m uma jornada que vai até 1981 e que o leva a secretário-geral da entidade.

1971 - Casa-se com Carmela Romano, sua colega de trabalho, com quem tem dois filhos: Fernando, casado com Lílian e pais de Bruno - o primeiro neto de Carmela e Nelson; e Emerson, casado com Adriana.

1979-1980 - Cassado pelo regime militar juntamente com Lula e outros companheiros - foi um dos poucos a não ser preso.

1980 - Participa da fundação do PT.

1982 - Elege-se vereador pelo partido, reelegendo-se em 1988.

2009 - Aos 70 anos, desfruta da aposentadoria e por certo será surpreendido com a notícia do seu aniversário aqui em Memória, já que foi uma surpresa da família, que se justifica: ele é nosso leitor assíduo.




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