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Escola de samba homenageia região
Por Fabrício Migues
Do Diário do Grande ABC
10/02/2007 | 23:06
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O Grande ABC será homenageado pela escola de samba paulistana Tom Maior no desfile de Carnaval no próximo fim de semana na Capital. A agremiação escolheu como tema a luta dos trabalhadores ao longo dos anos para desfilar no Sambódromo e fará uma homenagem aos 100 anos do sindicalismo, completados em 2007.

Para o presidente do Comitê Nacional dos Metalúrgicos, Carlos Grana, a região não poderia ficar de fora dessa história. “É impossível falar de sindicalismo sem falar do Grande ABC. Afinal, foi onde o atual presidente do Brasil se projetou”, lembra.

A Tom Maior reservou um carro alegórico só para a região. Com o nome “A Força do ABC”, a escola de samba vai reproduzir na avenida uma montadora. De acordo com o carnavalesco da agremiação, Marco António Ruffin, o carro entrará na passarela como a raiz da organização do sindicalismo devido às famosas greves e reivindicações dos metalúrgicos na década de 1980.

“Este carro trará vários líderes sindicais, como o Arlindo Chinaglia (atual presidente do Congresso) e Vicentinho, além dos atuais”, conta.

A ala que estará na frente deste carro chama-se “Eles não usam Black Tie (gravata social)” em homenagem aos metalúrgicos da região.

O Grande ABC estará presente também em um trecho do samba-enredo da Tom Maior. “...Sindicatos livres no país, a força do ABC, nossa raiz...” será cantado junto com o desfile.

SURGIMENTO
O presidente da Tom Maior, Marko Antonio da Silva, explica que o tema nasceu de uma conjunção de idéias entre amigos. “Nunca ninguém fez um desfile em homenagem à luta dos trabalhadores. Como alguns membros das entidades ligadas freqüentam nossa escola, a história surgiu e ganhou força”, explica.

Silva conta que o Grande ABC é a raiz do sindicalismo no Brasil pela grandeza que ganhou no país nos últimos anos, daí a importância que o desfile está dando para a região. “Todos sabem das lutas que os trabalhadores passaram nas montadoras”, diz o presidente da agremiação.

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo), Edílson de Paula, disse que a entidade recebeu com bons olhos a proposta da Tom Maior.

“Contar a história das exigências dos trabalhadores contra a opressão para milhares de pessoas é uma oportunidade que não poderíamos perder”.

Ele disse que reuniu todas as entidades trabalhistas, que foram unânimes em aceitar a proposta.

Porém, o presidente ressalta que não é uma homenagem só para os metalúrgicos do Grande ABC, e sim para o sindicalismo em geral.

“As greves de 1979, 1980 e 1981 do Grande ABC ficaram famosas pelo número de trabalhadores participantes e pela época, onde o país estava no final do regime militar. Só que a escola vai relatar outros fatos também, como a luta das mulheres e o surgimento do 1º de maio.”

No entanto, Edílson reconhece que os movimentos na região podem ser considerados um mito. “São os mais famosos. O Grande ABC se tornou uma espécie de centro do sindicalismo”.

O desfile da Tom Maior está marcado para a sexta-feira, dia 16, às 23h55. A escola deve permanecer na avenida por 1 hora e 5 minutos e o carro alegórico “Força do ABC” aparecerá na segunda metade da exibição.



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