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Investimento em lazer é o futuro dos shoppings

Pós-pandemia, opções de diversão às famílias serão mais atrativas que ofertas em lojas

Por Yara Ferraz
30/05/2021 | 07:07
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André Henriques/DGABC


Os shoppings centers traçam planos para o pós-pandemia. O setor foi duramente impactado pela crise gerada pela Covid-19 e precisará se reinventar para atrair os clientes, que se acostumaram a utilizar o comércio eletrônico e deverão procurar os centros de compras como opção de passeio ou de entretenimento.

“Nenhum lojista ou shopping estava preparado para a pandemia”, afirmou o gerente de operações do Mauá Plaza, Cleber Broch. “O e-commerce realmente ia ser o futuro, mas não tão breve assim. A pandemia veio antecipar tudo isso. E os lojistas estão se adaptando a cada dia mais com tudo o que está acontecendo, vendendo por delivery e mergulhando nas plataformas digitais”, comentou.

Atualmente, o Grande ABC possui nove shoppings – três em Santo André, três em São Bernardo, um em São Caetano, um em Diadema e um em Mauá. Para se ter uma noção da importância do setor para a economia regional, somente o Mauá Plaza possui 232 operações e tem estimativa de geração de 4.000 empregos entre diretos e indiretos.

“Antigamente nós tínhamos a era industrial aqui na região, mas muitas empresas foram embora. Os shoppings que chegaram conseguiram colher algumas pessoas que saíram da indústria e que foram para a área comercial”, disse Broch, que também é responsável pela administração do Litoral Plaza Shopping, localizado na Praia Grande, e que possui 218 operações.

Segundo ele, no pós-pandemia, a tendência é que os centros de compras agreguem cada vez mais serviços e opções de entretenimento para toda a família. Atualmente, a média de tempo que um comprador passa dentro de um shopping é cerca de duas horas.

“O Litoral Plaza Shopping já tem um projeto aprovado para um grande centro de entretenimento. Com essa aceleração do e-commerce e das plataformas digitais não tem jeito, nós temos que fazer algo para atrair o consumidor novamente para o shopping. E a gente vai conseguir isso, porque, apesar de o pessoal anteriormente ir ao shopping por causa de segurança, comodidade e limpeza, hoje não só isso, A família vai ao shopping para se divertir, levar o filho para passear e aproveita para fazer compras. Com isso, teremos a volta do consumidor. Acredito que todos os outros shoppings devem passar por essa transformação”, analisou.

PESQUISAS
De acordo com dados da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings), em 2020, cerca de 12% das lojas em shoppings encerraram suas operações em diversas cidades do Brasil, por causa da pandemia, o que corresponde a 13,2 mil operações. Nesta fase, aproximadamente 140 mil pessoas perderam os empregos.

Segundo a última pesquisa da associação, feita entre 22 de fevereiro e 19 de março, com 79 empresas associadas que representam mais de 9.000 pontos de vendas no País, 84% dos lojistas já demitiram em consequência da crise econômica, e 53% relatam que foram impactados e podem demitir e fechar os estabelecimentos. 




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