Empresa também vai dar férias coletivas a fim de reduzir aglomeração; faltam Toyota e GM
A Mercedes-Benz anunciou que irá paralisar sua produção na tentativa de evitar aglomeração e contribuir à redução do ritmo de contágio do novo coronavírus, que atingiu a marca de 3.241 mortos em todo o País em apenas 24 horas. Trata-se da terceira montadora da região a aderir à campanha encabeçada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Na sexta-feira, a Volkswagen anunciou parada entre hoje e 4 de abril. Na segunda-feira, a Scania disse que iria parar de sexta-feira até o dia 4 também. E, ontem, a Mercedes avisou que irá suspender a operação de sexta até o dia 4, período em que haverá superferiado nas sete cidades, que começa dia 27. “Nosso intuito, alinhado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, é contribuir com a redução de circulação de pessoas neste momento crítico no País, administrar a dificuldade de abastecimento de peças e componentes na cadeia de suprimentos, além de atender à antecipação de feriados por parte das autoridades municipais.”
A partir do dia 5, a Mercedes informou que haverá férias coletivas para os cerca de 6.000 operários que atuam na linha de produção. Conforme explica o secretário-geral do sindicato, Moisés Selerges, o plano é realizar um rodízio e separar grupos de aproximadamente 1.200 operários para se ausentarem da fábrica por 12 dias. O revezamento poderá se estender até o fim de maio, ou terminar antes, dependendo da evolução da pandemia. “O administrativo tem como realizar o trabalho remoto, mas o chão de fábrica não. Então esse foi o jeito que a companhia encontrou de aliviar a aglomeração nos turnos e conseguir um distanciamento maior.”
A decisão se dá em momento em que a demanda por caminhões está aquecida e a produção será reduzida. “É preciso estabelecer prioridades. Vivemos momento de colapso nos sistemas de saúde público e privado devido ao agravamento da pandemia. Não adianta o funcionário da montadora ter um plano de saúde top. Temos mais de 300 mil mortos no País”, dispara. “O problema agora não é se falta aço, se vamos produzir menos. Temos todos um único problema, que é a Covid. A economia é importante, mas as vidas são mais. E só conseguiremos fazer a roda da economia girar de novo se houver vacina para todos mas, até lá, temos de ficar em casa para evitar que o caos aumente.”
A entidade ainda negocia com a Toyota. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano aguarda posicionamento da General Motors.
Conforme o Diário mostrou em reportagem no dia 21, até 19% do quadro de funcionários das fabricantes já foi contaminado por Covid. Dos cerca 30,5 mil trabalhadores das cinco montadoras da região, 4.405 se afastaram desde o início da pandemia, há um ano. Desses, dez vieram a óbito.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.