Política Titulo Autorização
União libera R$ 7,7 milhões para financiar UTI de Covid no Grande ABC

Repasse do Ministério da Saúde deixa fora municípios que já registraram mortes por falta de vagas

Por Junior Carvalho
Diário do Grande ABC
13/03/2021 | 04:37
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Celso Luiz/DGABC


O governo federal autorizou a liberação de R$ 7,72 milhões por mês para financiar vagas de UTI (Unidade de Terapia Intesniva) na região. Contudo, as transferências abrangem apenas três cidades e deixam de fora justamente os quatro municípios onde pacientes morreram à espera de vagas.

Portaria assinada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e publicada ontem, prevê repasses mensais para custear leitos de UTI em Santo André, São Bernardo e São Caetano. O governo andreense receberá R$ 1,53 milhão para manter unidades no CHM (Centro Hospitalar Municipal), enquanto que o Paço são-bernardense será contemplado com R$ 4,27 milhões – os recursos são destinados aos hospitais de Urgência e Anchieta. Já São Caetano será contemplada com R$ 1,92 milhão.

As liberações, publicadas em edição extra do Diário Oficial da União, ocorrem no pior momento da pandemia e em meio ao apelo de Estados e municípios para que a União ajude os entes a reduzir o estrangulamento do sistema público de saúde. A autorização para os repasses ocorre após o STF (Supremo Tribunal Federal) obrigar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a reativar e financiar leitos pelo País. O aporte totaliza R$ 188,2 milhões por mês a municípios de 21 Estados.

A ajuda externa da União deixou Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra de fora. Os quatro municípios registraram mortes de moradores por complicações da Covid à espera de vaga de UTI.

A notícia frustrou o prefeito Clóvis Volpi (PL), de Ribeirão. O liberal já está há dias alertando sobre a superlotação do hospital de campanha da cidade e explicitando as dificuldades financeiras do município para manter o equipamento. “Nós imploramos por recursos financeiros aos governos federal e estadual. Absolutamente 21 dias depois nós fomos surpreendidos com o fato de o governo federal destinar recursos para hospitais em Santo André, São Bernardo e São Caetano. Esqueceram de Ribeirão. Estou fazendo um sacrifício muito grande para custear o hospital. Estou aborrecido. Vamos continuar com o hospital aberto, mas para que isso aconteça outros serviços terão de ser extintos”, avisou o prefeito, em vídeo publicado nas redes sociais.

“Vou continuar insistindo junto aos governos federal e estadual, mas é um absurdo que esse pessoal sequer conheça a realidade das cidades. Estou contrariado, decepcionado com as ações políticas quando se trata de saúde. Isso é brincadeira. Não sei mais o que fazer para evitar mortes na cidade”, desabafou o prefeito, que à noite decretou estado de calamidade pública devido à falta de recursos para o combate à Covid. A medida permite ao governo viabilizar meios de enfrentamento ao problema com menos entraves e burocracias. 




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