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Repercussao deve ser maior benefício da revisao com FMI
Do Diário do Grande ABC
07/04/2000 | 10:57
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O resultado da quinta revisao do acordo firmado junto ao FMI, divulgado na quarta-feira pela equipe econômica, tem como principal benefício uma repercussao positiva junto ao mercado internacional, na opiniao de economistas.

O pagamento antecipado de US$ 10,280 bilhoes referentes à linha de crédito disponibilizada pelo FMI ao Brasil deixa a idéia de capacidade de pagamento do País, o que deve tornar ainda mais fácil o seu acesso ao mercado internacional, na opiniao da economista-chefe do Banco Bandeirantes, Carolina Abreu.

A reduçao do volume de reservas brutas provocada por essa antecipaçao (o número deve cair de US$ 39,26 bilhoes para US$ 28,98 bilhoes, aproximadamente), nao preocupa os especialistas. O economista-chefe do Citibank, Carlos Kawall, diz que, há tempos, o indicador monitorado vem sendo o de reservas líquidas, que deve permanecer na casa de US$ 28 bilhoes.

Para ele, esse nível é absolutamente confortável diante de uma política de câmbio flutuante. "O custo de manter esses recursos incorporados às reservas, que se aproxima do de mercado era alto demais considerando-se que o risco cambial é muito menor do que quando o programa foi acertado", defende Kawall.

Ele também observa que o Brasil tem retomado o acesso aos mercados internacionais, o que torna a perspectiva das reservas ainda mais tranqüila, mesmo considerando-se que há, ao longo do ano, um volume de cerca de US$ 3,9 bilhoes de vencimentos públicos externos.

"O Brasil nao precisa mais ficar defendendo sua política cambial e o atual nível de reservas líquidas é absolutamente confortável", concorda o economista do InterAmex, Marcelo Allain. Standy-by - Allain considera que, com a antecipaçao do pagamento este ano, o Brasil está concluindo o programa de ajuda junto ao FMI, retornando à condiçao de normalidade. Isso porque a única linha que continua à disposiçao do Brasil é a stand-by, à qual qualquer país-membro do FMI tem direito.

Ele também aponta a reduçao do piso das reservas exigidas para US$ 25 bilhoes a partir de julho como um ponto positivo da revisao do acordo. Para ele, o nível anterior, de US$ 28,1 bilhoes em setembro, era alto demais levando-se em conta o volume de compromissos externos do País e poderia levar o governo a comprar dólares junto ao mercado somente para atender a essa exigência, sem uma necessidade real.

Os economistas dizem ainda que o único ponto que nao foi alterado e que estava dentro das expectativas era o dos critérios de cálculo das metas inflacionárias trimestrais. Mas, mesmo essas deixam de ser preocupaçao, já que o governo tem declarado freqüentemente que é a meta anual a que está sendo perseguida - e essa será atingida. "Além disso, de agora em diante, o Brasil só cumprirá as metas e parâmetros por uma questao de credibilidade, mas nao deve estar mais sujeito a nenhuma penalidade, já que pagou o que deve", diz Marcelo Allain.




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