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Inauguração da Milho & Poesia agita Paranapiacaba
Por Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
02/02/2003 | 17:55
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Produtores de cultura popular corresponderam à iniciativa e marcaram presença na inauguração, neste sábado, da Casa do Milho & Poesia Regional, novo empreendimento turístico de Paranapiacaba, em Santo André. Nilton Claudino, proprietário do negócio, recebeu os artistas Valdeck de Garanhuns, Jeronimo Soares, Costa Senna, Tony Gonzagto, Meramolin e Ubiratan Freire, entre outros. Nesse meio, há cordelista, músico, xilogravurista e artista plástico.

A Casa é dedicada à venda de milho verde e produtos derivados, como pamonha, suco, creme de milho com azeite, sopa, cuscuz e bolo. Tudo feito por Claudino, pernambucano que mora na vila há seis anos. No bom movimento proporcionado pela festa de inauguração, ele contou com a ajuda de familiares no atendimento aos clientes.

A sala gastronômica chama-se Ana Carla Costa Mendes, universitária que morreu meses antes de concluir sua pesquisa sobre Paranapiacaba, exposta no local. Os pais da estudante também compareceram ao evento.

Na sala seguinte, são comercializados folhetos de cordel, CDs de música popular, livros e xilogravura. Somente arte de gente do Nordeste. “A vila é inglesa, mas quem vive nela é o nordestino”, disse Claudino.

A festa começou com um cortejo pela ruas da vila. Foi realizado pelo Grupo Atrás do Grito, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), sob a coordenação de Newton de Souza, pesquisador de cultura popular dessa universidade.

O cearense Costa Senna – autor de livros e CDs – declamou e cantou seus versos: “Sou ciente que sou doido/ mas tu é doido também/ se eu gritar ‘xô‘ doido/ aqui não fica ninguém”.

O paraibano Jeronimo Soares falou sobre xilogravura, arte à qual se dedica e é bastante reconhecido. A palestra seria dispensável, afinal suas belas obras falam por si, ao trazer temas relacionados à vida nordestina. No local, uma xilo de Jeronimo é vendida a R$ 45 (as matrizes são bem mais caras). Seu filho, Nino Soares, também tem obras à venda, cada uma a R$ 35.

A sala artística foi batizada de Valdeck de Garanhuns. E ele próprio esteve presente, com familiares, para agradecer a homenagem e exibir seu trabalho de confecção de bonecos. Foi a primeira vez que foi a Paranapiacaba e deu logo sua impressão: “Esse lugar é cinematográfico”.

O visual bucólico e o clima de ares distantes da vida urbana são alguns dos benefícios agregados ao passeio pela vila, que conta com museu, entreposto cultural, ateliês-residência e até casa-pousada. A Casa do Milho & Poesia Regional (r. Forde, 527) fica aberta aos sábados e domingos, das 8h às 17h.




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