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Seguro de veículo cai até 30% na pandemia

Queda no número de roubos, além da menor
demanda devido à quarentena, baixou valor

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
29/08/2020 | 00:05
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Pixabay


A pandemia causada pelo novo coronavírus derrubou em até 30% o valor de seguro de veículos no Grande ABC. A economia foi impulsionada, principalmente, pela queda de roubos de veículos. Em julho, o recuo foi de 49,4% quando comparado ao mesmo período de 2019, com 274 ocorrências, segundo dados mais recentes da SSP (Secretaria da Segurança Pública). Outro fator que contribuiu para que o seguro ficasse mais barato foi a menor demanda ou renovação do benefício no começo da quarentena, entre abril e maio.

“No início do isolamento, as pessoas não estavam saindo de casa com o carro. Bares, restaurantes e shoppings estavam fechados. Ou seja, muitos deixaram de renovar o seguro nesse período. Então podemos dizer, com certeza, que para alguns veículos a economia ficou entre 25% e 30%, na média”, explica Adriano Klerer, corretor de seguros da Akseg. Ele reforça que o valor vai depender da região onde esse carro passa a noite, por exemplo, além do perfil do motorista e dos dados do veículo, como modelo e ano.

O cenário de queda na procura e redução de sinistro também fez com que muitas seguradoras passassem a dividir o valor do seguro em até 12 vezes, o que antes era feito em até seis.

Klerer aponta, porém, que de julho para cá, com a flexibilização da quarentena e a reabertura gradual de alguns estabelecimentos, a procura aumentou. Assim, como o volume de sinistros.

Por esse motivo, conforme aponta Arnaldo Odlevati Júnior, coordenador da comissão de oportunidade de negócios do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo) e dono da Odlevati Corretora de Seguros, é possível que ao final do ano o valor já comece a subir novamente. De janeiro a dezembro, a projeção é que haja alta de 10% em relação a 2019. “Apesar da queda temporária na venda de veículos, cujo mercado já está em recuperação, muitas pessoas estão em busca de veículos porque, por um bom tempo, devido à pandemia, não se sentirão seguras em andar em carros de aplicativo ou com transporte público. Além disso, neste mês já notamos que as pessoas voltaram a sair de casa, seja para trabalhar ou circular, então, aqueles que ainda não haviam renovado seguro, o fizeram agora”, explica.

A pedido do Diário, Odlevati Júnior fez algumas cotações em diferentes cidades. Em Santo André, por exemplo, um HB20 Sedan 2014, cujo proprietário pagou em 2019 R$ 2.300,37 pelo seguro, neste ano o mesmo veículo foi renovado por R$ 2.036,80 (recuo de 11,45%).

Em Diadema, o seguro de um Honda Fit 2014 que em 2019 saiu por R$ 1.865,30, agora passou para R$ 1.705,47 (-8,57%). Em São Bernardo, a diferença chegou a 15,45% para um Peugeot 2008 Crossway 2018/2019, cujo seguro passou de R$ 2.440,63 para R$ 2.063,62.

O seguro para um Sandero Authentique 2017 barateou 14,28%, indo de R$ 2.427,18 para R$ 2.080,59 entre um ano e outro em Mauá.

“Vale frisar que não há como dizer que o seguro é mais caro ou barato conforme a cidade. O valor leva em conta a região, o perfil do condutor, se o carro fica em estacionamento ou na rua, dentre outros variados fatores. Mas, a ideia é mostrar que as quedas ocorreram efetivamente”, justifica o representante do Sincor-SP. 




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