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S.Bernardo registra mais um roubo a ônibus fretado
Por Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
28/07/2005 | 08:17
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Há 18 anos trabalhando como motorista de ônibus, J.E., 50 anos, conta que viveu momentos de pânico no dia 20 de abril. Assim como pelo menos outras cinco vítimas recentes de uma suposta quadrilha de roubo de ônibus que trabalham em linhas fretadas, E. ficou quatro horas em poder de uma dupla de assaltantes até que seu ônibus, com ano de fabricação de 1989, fosse levado pelo grupo para longe da região.

O assalto ocorreu por volta das 20h quando E. estacionava o ônibus em um ponto da rua MMDC, no bairro Paulicéia, em São Bernardo. Rotina que mantinha há mais de dez anos. Dois homens armados o renderam, exigindo que ele e o filho de 15 anos entrassem novamente no veículo. Pai e filho não foram ameaçados em momento algum pelos assaltantes. Desde o início, a dupla garantiu que não faria mal a eles porque o interesse exclusivo era o veículo. "Eles diziam que não queriam levar mais nada e tampouco machucar a gente. Falaram o tempo todo que só queriam levar o ônibus."

Sob a mira do revólver da dupla de assaltantes, o motorista do ônibus teve de seguir até Riacho Grande. Poucos metros antes do primeiro pedágio da via Anchieta, pai e filho foram orientados a descer do veículo. Eles continuaram acompanhados pela dupla de criminosos enquanto um terceiro comparsa, que seguia o ônibus, assumiu o volante do veículo e deixou o local. O motorista e o garoto de 15 anos ficaram em um matagal com os assaltantes. Eles só foram liberados pela dupla horas depois. Além do ônibus, nada foi levado.

O caso foi registrado no 3º Distrito Policial da cidade, mas desde então, o motorista não tem notícias do paradeiro do veículo. E. acredita que a quadrilha seja bem estruturada e estava informada sobre a sua rotina porque chegou à rua MMDC exatamente no mesmo horário que ele.

O motorista não tem dúvidas de que os mesmos assaltantes façam parte de uma quadrilha responsável por crimes semelhantes registrados nos últimos 45 dias. Foram cinco assaltos. Os cinco casos têm as mesmas características. Os assaltantes param o ônibus quando ocupado apenas pelo motorista e não leva pertences ou dinheiro.

O Transfretur (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo e Região) acredita que os prestadores de serviços do setor viraram alvo de ladrões como forma de compensar o desfalque sofrido com as apreensões na fronteiro do Sul do país com o Paraguai.

A polícia trabalha com duas hipóteses. Uma delas é a mesma apresentada pelo sindicato. A outra é de que a quadrilha leve os veículos para o Norte do país. Antes, porém, a polícia acredita que os veículos sejam pintados e as placas trocadas.

Os roubos mais recentes registrados no Grande ABC ocorreram em São Bernardo e Santo André. Os outros assaltos foram na capital, nos bairros Artur Alvim e Itaquera, na zona Leste. Até o ano passado, a polícia não costumava registrar mais do que dois casos de roubo de ônibus por ano.




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