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Protesto deixa 45 mil sem ônibus em Diadema
Por Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
07/10/2005 | 08:31
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Pelo menos 45 mil usuários de ônibus do Grande ABC e São Paulo foram prejudicados quinta-feira de manhã devido à paralisação dos 800 funcionários da Viação Imigrantes, que opera 39 linhas que circulam por Diadema e capital. O protesto contra atraso no pagamento de salários foi organizado pelo Sindicato dos Rodoviários de São Paulo e contou com a participação de 250 empregados, segundo o sindicato, e 80 manifestantes, de acordo com a Guarda Civil municipal que acompanhou a manifestação junto com a Polícia Mmilitar.

O prejuízo maior se deu porque a manifestação interditou, entre meio-dia e 13h, a entrada ao Terminal Metropolitano de Diadema, por onde circulam 27 linhas municipais e intermunicipais das empresas Metra, ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) e Transbus, além da Imigrantes.

Às 16h30 os funcionários da Viação Imigrantes retornaram ao trabalho, depois de uma reunião com a direção da empresa. “Eles assinaram documento comprometendo-se a não atrasar o pagamento”, afirmou Givaldo Vaz Melo, diretor do sindicato. Melo diz também que a direção da empresa alega atraso, por parte da Prefeitura de Diadema, no repasse de verba arrecadada com a venda do vale-transporte.

A Prefeitura informou estar em processo de negociação com a empresa. Funcionários da empresa que preferiram não se identificar disseram ainda que desde janeiro o FGTS não é depositado. Em comunicado por fax, a Viação Imigrantes confirma terem ocorrido alguns atrasos no pagamento dos salários dos meses passados; diz estar passando por dificuldades e que, conforme protocolo de intenções firmado, o pagamento deverá ser efetuado no 5º dia útil do mês. Diz também que desconhece problemas quanto ao FGTS.

O diretor do sindicato dos rodoviários de São Paulo informou que mais de 30 mil usuários da Viação Imigrantes ficaram sem ônibus desde as 4h da madrugada até o meio da tarde, quando a situação foi normalizada. Segundo a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), que administra o Terminal Metropolitano de Diadema, 15 mil passageiros foram prejudicados com a greve.

A falta de informação no terminal deixou muitos usuários perdidos. Um pequeno papel colado numa placa ao lado das catracas de entrada informava da greve, mas mesmo assim muita gente ficou desorientada. A embaladora Flávia Almeida Júlio, 31 anos, chegou a entrar no terminal, usando o bilhete. “Só depois soube que meu ônibus para o bairro Serraria não estava passando aqui”. A telefonista Andréia Silva de Oliveira, 23 anos, reclamou do protesto pois tinha que estar ao meio-dia no Brooklin, em São Paulo. “Vou ter que pegar outro ônibus e vou chegar muito atrasada”. A dona-de-casa Efigênia Idalina Resende, 70 anos, teve que voltar a pé da feira localizada próxima ao terminal metropolitano. “Ia fazer integração no terminal para pegar o ônibus que me leva até em casa, na Vila Élida. Agora vou ter que ir andando com todas estas sacolas”.



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