Política Titulo Diadema
Filippi diz contar com Márcio como adversário em 2020
Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
31/12/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Ex-prefeito de Diadema e pré-candidato do PT ao Paço de Diadema no próximo ano, José de Filippi Júnior afirmou ao Diário que considera o deputado estadual Márcio da Farmácia (Podemos) como adversário no pleito de outubro. Escolhido como candidato à sucessão pelo prefeito Lauro Michels (PV), o parlamentar negou o convite e tem dito que não vai disputar a Prefeitura por motivos de saúde.

Para Filippi, entretanto, Márcio vai figurar nas urnas no próximo ano buscando se desvincular da imagem de candidato de Lauro. “Acho que ele (Márcio) seria o candidato do governo sem ser (o escolhido da administração). Na nossa avaliação, a gente conta com ele como adversário. Talvez o principal adversário”, avaliou o ex-prefeito, ao cravar sua própria vitória se Márcio não estiver na urna. “Se ele não for (candidato), já está dado (o resultado do pleito).”

Filippi comparou ainda as opções alternativas de Lauro ao ex-ministro e atual secretário estadual da Fazenda, Henrique Meirelles, escolhido no ano passado pelo governo do então presidente Michel Temer (MDB) como candidato governista, mas que ficou longe de ser competitivo – terminou na sétima colocação, com 1,2% dos votos. Com a recusa de Márcio, Lauro aposta em dobrada entre o presidente da Câmara, o vereador de primeiro mandato Pretinho do Água Santa (DEM), e a secretária Regina Gonçalves (PV, Habitação), que já foi vereadora, deputada e vice-prefeita.

“Acho que (Pretinho ou Regina) seriam o Meirelles do governo Lauro”, comparou Filippi, ao citar ainda como possível candidato governista o vereador Marcos Michels (PSB), primo do prefeito. O socialista, porém, enfrenta resistência do prefeito para vê-lo como prefeiturável.

Na avaliação de petistas, Márcio tentaria se impor como candidato independente, sem o carimbo – e, possivelmente, sem a rejeição – do governo Lauro. Há, inclusive, a avaliação de que o ex-vice-prefeito estaria próximo do tucanato estadual, mas que viria candidato a prefeito pelo Podemos. Em entrevista recente ao Diario, Márcio não confirmou tampouco negou se será candidato no pleito de outubro. Aos aliados do governo, garante que não vai ser prefeiturável e que deseja terminar o mandato na Assembleia Legislativa. 

Justiça inocenta petista em ação sobre campanha de Haddad

 O juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo, da 8ª Vara da Fazenda Pública da Capital, absolveu os ex-prefeitos José de Filippi Júnior, de Diadema, e Fernando Haddad, de São Paulo (ambos do PT), da acusação de improbidade administrativa. A ação foi movida pelo Ministério Público paulista em agosto do ano passado e remetia a suposostos recebimentos de vantagens indevidas durante as eleições de 2012, quando Haddad disputou com êxito a Prefeitura paulistana.

 A promotoria sustentava que Filippi teria recebido propina do grupo UTC e que houve pagamentos de dívidas de campanha de Haddad naquele ano em materiais gráficos. O MP argumentava que Filippi teria sido responsável por intermediar negociações entre o então candidato a prefeito pelo petismo e o grupo UTC Constran. Segundo a denúncia, o ex-prefeito de Diadema foi responsável por apresentar Haddad ao empresário Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC, e que, em troca disso, recebeu do grupo R$ 200 mil em propinas, entre 2013 e 2014. Os fatos narrados na petição já haviam sido revelados no âmbito da Operação Cifra Oculta e a denúncia se baseou na delação de Pessoa.

 Thiago Baldani Gomes de Filippo, porém, decidiu julgar improcedente a ação. O juiz entendeu que não houve qualquer indício da participação de Filippi e Haddad nas irregularidades narradas. Sobre a acusação de recebimento de propina ao ex-prefeito de Diadema, o juiz destacou “ausência de lastro mínimo da existência dos fatos aventados, à medida que a improbidade por ele supostamente praticada é relatada apenas por depoimentos de colaboradores” e que “não há referência à autorização específica do compartilhamento dos acordos de colaboração para estes autos” e que eles não podem ser utilizados.

 Quando ingressou com a ação, o MP requereu o bloqueio de bens de Filippi e Haddad, mas a juíza Maricy Maraldi havia negado o pedido por falta de “indícios suficientes a comprovar o risco iminente de dilapidação de patrimônio a justificar a decretação imediata da indisponibilidade de bens”. 

 Ao Diário, Filippi comemorou a decisão, citando que o processo foi movido pelo MP com viés eleitoral – a ação foi impetrada durante a corrida presidencial, quando Haddad foi escolhido como candidato do PT à Presidência, em substituição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A gente fica mais otimista e esperançoso de que o Poder Judiciário possa julgar as ações com imparcialidade. O juiz percebeu o objetivo eleitoreiro (da ação), baseada em acusações sem consistências”, frisou o ex-prefeito. 




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