O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação no Brasil, variou em 0,19% em julho. O resultado foi o mais baixo para o mês desde 2014 – à época em 0,01% – é resultado da baixa atividade econômica. A variação acumulada no ano ficou em 2,42%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O número teve influência do grupo de habitação, que teve aumento de 1,2%. O dado foi impactado principalmente pelo item energia elétrica, já que as contas de luz ficaram em média 4,48% mais caras para o consumidor. Além da incidência da bandeira amarela, que onera a despesa em R$ 1,50 a cada 100 Kwh consumidos, diversos Estados, dentre eles São Paulo (7,59%), tiveram aumento na tarifa.

Segundo o coordenador dos cursos de pós-graduação da Faculdade Fipecafi,  Estevão Garcia de Oliveira Alexandre, se não fosse o grupo de habitação e energia elétrica, o resultado seria basicamente nulo. “O mercado projetava que o índice ficaria ente 0,23% e 0,22%, então assusta um pouco porque mostra que a economia não andou. Despesas importantes, como o grupo de alimentação e bebidas (0,01%), vieram basicamente nulas.”

A maior queda foi observada no grupo vestuário (-0,52%), com destaque para a roupa feminina (-1,39%). O grupo saúde e cuidados pessoais (-0,2%), após a alta de 0,64% em junho, reflete os descontos e promoções no item higiene pessoal (-2,01%). No grupo transportes (-0,17%), a queda foi impulsionada pelos combustíveis (-2,79%).

Para o especialista, com a redução da taxa Selic de 6,5% para 6%, a tendência é de algum aquecimento na economia. “Como houve essa redução na taxa de juros, a tendência é que a inflação cresça um pouco, mas isso vai ser de modo saudável e controlado.”