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Ecoponto digital: 1,2 t de lixo por mês
Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
20/10/2010 | 07:07
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A Prefeitura de São Bernardo é a única da região a oferecer ponto específico para a coleta de materiais eletrônicos descartados. Em apenas quatro meses de funcionamento, o Ecoponto de Lixo Eletrônico já arrecadou cinco toneladas de equipamentos, média de 1,25 tonelada por mês.

Segundo o coordenador de Ações para a Juventude da Prefeitura, Daniel Cássio da Costa, atualmente o ecoponto armazena três toneladas de lixo eletrônico. Os computadores descartados serão readaptados para uso.

O trabalho de reaproveitamento será executado por uma cooperativa de jovens, que irão separar e revender os materiais.

Após o conserto, os computadores serão direcionados ao programa Acessa Juventude, que permitirá o acesso gratuito à internet e oferecerá aulas de iniciação à informática.

O local também recebe pilhas e baterias, que vão para entidades que fazem a reciclagem. O ecoponto fica na Avenida Redenção, 271, no Centro, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Não são recebidos refrigeradores e materiais eletrônicos hospitalares.

OUTRAS CIDADES
O lixo eletrônico de Santo André é captado - misturado a outros tipos de resíduos - pelas 15 estações de coleta seletiva da cidade. Uma das cooperativas que recebem este tipo de aparelhos é a Cidade Limpa, que diz receber de cinco a dez computadores por semana. O Semasa, serviço de saneamento ambiental, tem 36 pontos de descarte de pilhas e baterias.

A Prefeitura de Mauá informa que a Secretaria de Meio Ambiente desenvolve estudo preliminar sobre a situação do lixo eletrônico na cidade. Apesar de não fazer coleta específica, os itens passam por triagem e são destinados a uma cooperativa de recicladores, que recebe, em média, 120 computadores por mês.

Em Diadema não há pontos para arrecadação de lixo eletrônico. Em nota, a administração cita a lei federal 12.305/2010, que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei determina que a coleta de materiais eletrônicos é de responsabilidade dos fabricantes.

A Prefeitura de São Caetano também não conta com programa específico. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não informaram.


Para especialista, reúso é a melhor alternativa
A melhor forma de reduzir a quantidade de lixo eletrônico despejada na natureza é o reúso. A opinião é da educadora ambiental Ângela Martins Baeder, da Fundação Santo André.

A especialista comenta que muitos equipamentos de informática são descartados mesmo que ainda estejam funcionando. "Em alguns casos é possível trocar componentes deteriorados e viabilizar o uso dos aparelhos", sugere.

Para a professora, um dos motivos que aumentam a quantidade de lixo eletrônico é o estímulo do consumo. "Nossa vida está embasada numa forma que exige consumo cada vez maior. Além disso, o trabalho está focado na informática, e o descarte é muito rápido." A especialista considera que a tendência é o aumento na quantidade deste tipo de resíduo.

Outro ponto preocupante referente ao descarte irregular é a poluição. Ângela informa que esses materiais podem contaminar o solo e os lençóis freáticos, já que contêm substâncias tóxicas como chumbo e bário, que podem causar doenças em seres vivos.

"Fora isso, esse tipo de material tem um volume grande. Quando chove, acaba acumulando água. O acúmulo de água pode ser vetor de diversos tipos de doenças", salienta.

A reciclagem também contribui para diminuir a extração de recursos não-renováveis, como o alumínio. "A indústria de alumínio tem mais de 90% de economia de energia elétrica a partir do elemento coletado seletivamente."

Na opinião da especialista, o poder público deveria se empenhar mais pelo descarte correto dos eletrônicos. "Um dos papéis que as prefeituras podem ter é organizar e fortalecer as cooperativas de catadores para ajudar na coleta seletiva e no retorno à indústria", avalia. Ela considera que as entidades deveriam ter mais recursos para atuar.




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