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Monotrilho da Capital é elogiado por usuários

Responsável por ligar bairros da Zona Leste, Linha 15-Prata tem modelo similar ao da Linha 18

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
31/03/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Primeiro sistema de monotrilho incorporado no Estado de São Paulo, em 2014, a Linha15-Prata do Metrô tem reduzido em até 40 minutos o tempo de deslocamento de passageiros que utilizam o ramal, responsável por fazer a ligação entre as estações Vila Prudente e Vila União, em trajeto que passa pela Zona Leste da Capital.

Similar ao modelo prometido para ser utilizado na futura Linha 18-Bronze, que ligará cidades do Grande ABC à São Paulo, o sistema possui hoje seis estações espalhadas ao longo da Avenida Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello, uma das principais ligações viárias de São Paulo.

Durante este mês, a equipe do Diário percorreu o trecho em duas oportunidades e constatou, junto a passageiros, os impactos causados no dia a dia de quem utiliza o modal.Além de ter reduzido o tráfego intenso de veículos que circulam em vias próximas ao sistema, a Linha 15 tornou-se opção para quem deseja se deslocar até o Centro da cidade.

Caso da professora Salete Pereira, 47 anos, que desde a inauguração do sistema reduziu em duas conduções o deslocamento da sua casa, na Vila União, até seu posto de trabalho na Avenida Paulista. “Agora pego o monotrilho e faço baldeação direta com a Linha 2 – Verde do Metrô. Chego a gastar 40 minutos a menos que antes”, conta.

Para o nutricionista Allan Martins Lopes, 31, a abertura do sistema teve impacto direto para sua vida financeira. Desde a implantação do ramal, parou de se deslocar pelo bairro em que vive de veículo, o que tem gerado economia de pelo menos R$ 180 por mês. “É muito mais prático, pois evito os semáforos da Anhaia Mello e ainda deixo carro só para lazer”, afirma.

Com a incorporação do monotrilho, além de usuários, moradores que vivem no entorno também foram beneficiados com a especulação imobiliária e valorização de comércios instalados às margens da Linha 15. “Hoje posso dizer que os bairros estão mais estruturados do que antes”, pondera a engenheiro aposentado Sebastião de Lima da Silva, 69.

Com a construção de novos empreendimentos, o trajeto do modal, antes ocupado majoritariamente por residências, agora dá espaço também para universidades, redes de fast-food, academias e ambulantes.

Até mesmo quem não utiliza o transporte público acabou sendo contemplado com o sistema. Isso porque, toda a área abaixo das torres do monotrilho foi utilizada para construção de um corredor verde, que dispõe ainda de ciclovia. “Ganho uma área aberta antes inexistente no meio do caos urbano e trânsito”, compartilha a estudante Cristiane de Alencar Souza, 28.

Em vídeo divulgado no início do mês, o governador João Doria (PSDB) prometeu inaugurar mais quatro estações da Linha 15-Prata ainda neste ano. Segundo ele, as paradas Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus terão suas obras retomadas nas próximas semanas.

Previstas para serem concluídas no ano passado, as quatro estações tiveram suas intervenções abandonadas pela empresa Azevedo & Travassos após a empresa passar por dificuldades financeiras.

Linha 18 prevê sistema parecido
De acordo com Maciel Paiva, presidente do Consórcio Vem ABC, responsável pela implantação da Linha 18-Bronze, o monotrilho que será erguido na região deverá ter praticamente a mesma característica do sistema já utilizado na Linha 15 Prata, na Capital. “A estrutura será a mesma, com apenas alterações de tecnologias a serem utilizadas”, explica.

Embora ainda esteja impedido de iniciar as obras da Linha 18 até que haja decisão sobre a escolha do ramal e assinatura da ordem de serviço – o governador João Doria (PSDB) deve manifestar sua posição em relação ao tema em junho –, o Consórcio diz que ideia é de que o ramal, assim como em São Paulo, promova melhorias na infraestrutura do entorno com arborização de áreas antes degradadas e incorporação de ciclovia.

Projetado para ter 13 estações, saindo de Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo (parada Djalma Dutra), passando por São Caetano e Santo André, o monotrilho terá integração direta com as linhas 2-Verde do Metrô e 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Conforme o Consórcio Vem ABC, o modal funcionará como alternativa para otimizar o tempo de deslocamento dos moradores da região à Capital, com velocidade média de 35 km/h.

A expectativa é a de que, já no primeiro ano de sua operação, a Linha 18-Bronze tenha demanda diária de 423.173 passageiros, o equivalente ao total da população de Diadema.

Em sua fase de implantação, o monotrilho da Linha 18-Bronze do Metrô exigirá a abertura de, pelo menos, 12,5 mil postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos na região. A informação consta em relatório elaborado pelo Consórcio Vem ABC, responsável pelo empreendimento, ao qual o Diário teve acesso.

A quantidade de oportunidades que serão abertas é três vezes maior do que a projetada em 2012 no EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do futuro ramal, divulgado dois anos antes de o governo do Estado autorizar a obra. Na época, a previsão era a de abertura de apenas 3.000 postos.




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