Setecidades Titulo Após pressão popular
Diadema recua sobre corte de árvores na Praça Castelo Branco

Projeto para reforma do equipamento público cria vagas de estacionamento para carros e bicicletário

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
14/12/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Após pressão da sociedade civil e de movimentos organizados, a Prefeitura de Diadema revisou projeto de reforma da Praça Castelo Branco com a promessa de remover apenas árvores que estiverem mortas do local, no Centro da cidade. Desde junho o Diário acompanha as discussões em torno da revitalização da área verde por parte da administração, cuja proposta de construção de estacionamento e possível descaracterização do espaço, com o corte de vegetais que estariam atrapalhando a fiação elétrica, vem causando divergências.

A praça, a primeira da cidade, foi ampliada e batizada com o atual nome pelo ex-prefeito Lauro Michels, tio-avô do atual gestor do município, que tem o mesmo nome, em 1965.

A segunda proposta de reforma do local foi apresentada ao Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) na terça-feira e aprovada pelo colegiado. O documento prevê a retirada de apenas seis espécimes, que estariam condenadas, e o plantio de 72 árvores, com a formação de corredor verde. Além disso, será aberta via e criados estacionamento com 30 vagas (de zona azul) e bicicletário.

A possibilidade de remoção de árvores sadias da Praça Castelo Branco motivou abertura de inquérito civil pela Promotoria de Justiça, do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo de Diadema. A Prefeitura informou que já apresentou à promotora Cecília Maria Denser de Sá o projeto de revitalização atualizado.

O engenheiro Claudio Milz, 49, representante do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC) no Comdema, avaliou as mudanças do projeto como positivas. “Era o que queríamos, que nenhuma espécime sadia fosse eliminada”, afirmou.

Outro ponto de entrave para a reforma era a manutenção do piso de mosaico português. A administração alega que seu reparo é caro e difícil, devido à falta de mão de obra especializada. O Condepad (Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico, Documental, Artístico e Cultural de Diadema) defendia sua manutenção. Na reunião, foi proposto que pequenos trechos do piso de mosaico sejam mantidos e que seja instalado painel explicando a história desta técnica. “Seria forma de preservar a história”, afirmou a arquiteta e presidente do Condepad, Maria Luísa Gagliardi, 65. A proposta ainda vai ser submetida ao conselho de patrimônio. A Prefeitura se comprometeu a instalar piso permeável no espaço e também construir três totens com informações sobre a praça.

A administração informou também que as mudanças apresentadas e aprovadas pelo Comdema procuraram atender e alinhar às demandas da sociedade civil, da população que frequenta o local e dos comerciantes. “A notícia de que haveria a supressão de todas as árvores da praça é uma inverdade”, destacou em nota.

Além da manutenção do traçado original, a administração promete instalar playground, realocar as bancas de jornal, revitalizar iluminação, paisagismo, colocar mobiliários no equipamento, além de executar obras de drenagem. A administração descartou instalar fiação subterrânea devido ao alto custo e solicitou à Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica, estudo para solucionar os transtornos que a fiação de alta-tensão tem causado.

A Prefeitura deverá informar aos 32 participantes da Feira de Economia Solidária, que há quatro anos funciona na Praça Castelo Branco, se haverá necessidade de transferência das barracas para outro local durante as obras até o fim do ano.

 




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