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Devolução do dinheiro do Vioxx começa na sexta-feira
Do Diário do Grande ABC
06/10/2004 | 09:09
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Desde o anúncio da retirada do antiinflamatório Vioxx das farmácias, na quinta-feira passada, muitos consumidores procuraram os estabelecimentos para tirar dúvidas e saber quais serão as formas de reembolso (veja quadro nesta página). O ressarcimento dos consumidores que ainda têm a caixa do remédio, de acordo com o laboratório americano Merck Sharp & Dohme, responsável pela distribuição do remédio, deve ocorrer a partir de sexta-feira.

O laboratório vetou a distribuição do medicamento depois de ter realizado pesquisas que indicaram a incidência de problemas cardiovasculares em pacientes que usavam o remédio por um período de 18 meses.

"Estão vindo, em média, cinco pessoas por dia pedindo informações sobre o antiinflamatório. A dúvida é por não saberem qual medicamento substituirá o Vioxx. A orientação é que procurem orientação médica", afirmou Ana Paula Lagaris, gerente da Droga Raia da rua Bernardino de Campos, em Santo André. No entanto, ela disse que nenhum consumidor havia procurado o estabelecimento para devolver o produto ou pedir reembolso.

"Era um remédio que tinha excelente aceitação no mercado. Nós vendíamos, pelo menos dez caixas por dia. Os clientes diziam que o Vioxx não tinham muitos efeitos colaterais, como outros dão", conta Wagner José Serafim, gerente da Classe Farma da rua General Glicério, também em Santo André. O Vioxx foi lançado no mercado em 1999.

Segundo a reportagem constatou, alguns farmacêuticos estão indicando antiinflamatórios semelhantes para substituir o Vioxx, como o Arcoxia e o Celebra. "Sempre enfatizamos aos clientes que consultem o médico", garantiu Serafim.

"Muita gente não sabe que o ressarcimento é só a partir de sexta-feira. Na segunda-feira veio um cliente pedir o dinheiro de volta", afirmou Joel Scotti, gerente da Pró-Fármacos, da Vila Assunção.

"Diversas pessoas estão sentindo falta do medicamento. Nós vendíamos, mais ou menos, 12 caixas por dia", disse a balconista Cláudia de Oliveira, da drogaria FarMais, também na Vila Assunção.

Na segunda, a Associação Fluminense do Consumidor e do Trabalhador entrou com uma ação civil pública contra o laboratório na 4ªVara Empresarial do Rio de Janeiro, pedindo indenização no valor de R$ 1,5 bilhão por danos morais e materiais causados pelo consumo do Vioxx.

A ação também solicita multa diária de R$ 1 milhão ao laboratório caso o medicamento não seja retirado do mercado no prazo máximo de 30 dias. A assessoria de imprensa da Merck Sharp & Dohme informou que não foi notificada oficialmente da ação e por isso não poderia comentar o caso.




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