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Putin diz que escudo antimísseis aviva ameaça de destruição
Por Da AFP
27/04/2007 | 10:39
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O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira que o escudo antimísseis que os Estados Unidos planejam instalar na Europa oriental fará com que aumente o risco de destruição mútua.

"A ameaça de dano mútuo e inclusive a destruição está aumentando", disse Putin depois de um encontro em Moscou com o presidente tcheco, Vaclav Klaus.

A Rússia se opõe ao plano de Washington de instalar um radar na República Tcheca e dez foguetes antimísseis na Polônia.

A ampliação da instalação do escudo antimíssil americano para a República Tcheca e a Polônia, criticada pela Rússia, está destinada a completar o sistema já existente nos Estados Unidos, na Groenlândia e no Reino Unido.

Defesa - Para se proteger das ameaças balísticas intercontinentais, com mais de 5 mil km de alcance, os americanos investiram em diversos sistemas:

O primeiro, um sistema terrestre nacional, com oito interceptadores de mísseis baseados no Alasca e outros dois na Califórnia.

Também há um sistema orbital, capaz de destruir os mísseis no meio do trajeto e que ainda não está em operação em razão de graves dificuldades de instalação.

O último é um sistema terrestre avançado, posicionado fora do território americano, para interceptar os mísseis logo após seu lançamento, com duas bases de radar já existentes em Fylingdales, na Inglaterra, e Thulé, na Groenlândia (território dinamarquês autônomo).

Para completar este último sistema, os Estados Unidos anunciaram no dia 22 de janeiro que negociariam com a Polônia e a República Tcheca para instalar nesses países dez interceptadores com um radar banda X extremamente aperfeiçoado, a um custo de 1,6 bilhão de dólares.

Washington afirma que seu sistema antimíssil não visa a e não está apto para se contrapor ao arsenal das grandes potências atômicas (Rússia, China). Ele simplesmente pretende dissuadir os Estados do Eixo do Mal (Irã, Coréia do Norte) a utilizarem alguns foguetes intercontinentais, que um dia poderiam ser usados para atingir a América.

Um míssil intercontinental atirado do norte do Irã sobre os Estados Unidos seguiria uma rota quase polar e sobrevoaria toda a Europa Central.

Nessa hipótese, "o tempo disponível para uma interceptação seria de três a cinco minutos", segundo um especialista militar da Otan.

Os mísseis interceptadores são foguetes com três estágios. O último deles é um "veículo de ataque capaz de atingir alvos fora da atmosfera" ou destruir um alvo inimigo uma vez que este seja identificado. Essa identificação é realizada em princípio por radares no solo, no mar e em órbita.

No dia 23 de fevereiro, o Reino Unido disse estar disposto a receber interceptadores americanos.

A defesa dos Estados Unidos contra mísseis intercontinentais é uma preocupação enorme para os americanos desde o início da era atômica e espacial.

Washington, que gastou US$ 100 bilhões entre 1951 a 1997, investiu a mesma soma desde então na pesquisa, desenvolvimento e instalação dos sistemas em seu território.

O mais célebre foi o projeto "Guerra nas Estrelas" do presidente Ronald Reagan nos anos 1980, que nunca foi terminado.




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