Setecidades Titulo Tentativa de assalto
Tiro acerta pia antes de atingir idoso no peito em S.Bernardo

Morador na região do pós-balsa foi baleado durante tentativa de assalto em sua chácara

Por Juliana Stern
Especial para o Diário
31/07/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Flamínio de Oliveira, conhecido como Bibi, 80 anos, é um dos poucos que podem se gabar de ter sobrevivido a um tiro no peito. O dono de alambique e morador do bairro Curucutu, na região do pós-balsa, em São Bernardo, foi vítima de assalto à mão armada em sua residência.

Bibi havia acabado de fechar o portão da chácara, onde também funciona sua loja de bebidas – fabricadas por ele em seu alambique –, quando ouviu um dos caseiros chamá-lo, por volta das 18h30 do último dia 20. “Estava esquentando a janta. Fui abrir a porta da cozinha para ver o que era. Quando abri, só vi que dois homens encapuzados tinham feito meu caseiro de refém e o cano da arma. Depois o barulho.” O primeiro tiro acertou o piso, fazendo com que o idoso se jogasse no chão, em busca de se proteger dos disparos. “Atiraram de novo. Esse acertou a pia e depois em mim.” A bala atingiu seu peito, entre o coração e o ombro.

O barulho fez com que a mulher de Bibi, a ex-confeiteira de restaurante da Rota do Frango com Polenta Geralda Demarchi de Oliveira, 77, fosse ver o que acontecia. “Encontrei ele (o marido) se arrastando pela escada, falando ‘abaixa, abaixa’. Não entendi até ele tirar a mão do peito, mostrando o sangue”, comentou Geralda. “Disse para ela que era assalto e que tinha levado um tiro, para ela chamar a polícia. Coitada, não conseguia nem digitar o 190 de tão nervosa”, comentou o marido.

A polícia chegou depois de 25 minutos e levou a vítima até a ambulância. Flamínio foi encaminhado para o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, depois de atendimento inicial no Pronto-Socorro Central de São Bernardo, sendo liberado na madrugada de sábado.

Os dois assaltantes aproveitaram para entrar na propriedade porque o filho do casal, Edmar de Oliveira, 42, tinha acabado de sair para fazer algumas entregas no Centro da cidade. “Falaram para o caseiro que me viram sair e por isso estavam ali.”

Dez dias depois do ocorrido, Bibi continua sorridente, mesmo que Geralda ainda fique abalada ao lembrar de tudo. “A gente fica com medo. Penso em sair daqui mas, sair para onde?”, diz a mulher, mesmo que o marido não compartilhe da opinião. “Sair daqui nunca. Eu amo esse lugar”, afirma. Para o alambiqueiro a única mudança desde que sua vida ficou em risco é que os filhos terão mais gastos. “Vão ter que me comprar dois presentes de aniversário porque acredito que nasci de novo. Fora Dia dos Pais e Natal, é claro”, brinca.

A polícia informou que já possui dois suspeitos por causa do modus operandi e pelo testemunho de vizinhos. Outro assalto à mão armada em que o caseiro foi feito de refém tinha acontecido há duas semanas no bairro.




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