Cultura & Lazer Titulo
Balada hip hop
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
24/11/2006 | 21:01
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Na alquimia da cultura de rua, quatro elementos constituem o hip hop. DJs, rap, break dance e grafite têm encontro marcado neste sábado em Diadema, no evento mensal Hip Hop em Ação. Que será mais cedo, e em versão compacta, das 13h às 17h. Após o encontro, embarque imediato para o Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura, 664, Barra Funda, São Paulo. Tel.: 3823-4600), onde às 19h começa o Red Bull BC One, competição internacional de b.boys (dançarinos de break) inédita no Brasil.

Os ingressos estão esgotados na tenda montada na Praça Cívica do Memorial, onde ocorrerão as disputas e shows acts, mas haverá projeção simultânea de todas as apresentações na parede da biblioteca, do lado externo do espaço cultural. Quem não tem ingresso, e se dispuser a ver b.boys e b.girls em ação, é o jeito.

Como aquecimento para o BC One, que atrairá as atenções de MCs, DJs e companhia, a Casa do Hip Hop (r. 24 de Maio, 38, Jd. Canhema, Diadema. Tel.: 4075-3792) mantém a tradição de receber, todo último sábado de cada mês, DJs e grupos da cidade e região neste encontro festivo e voltado para a conscientização, artística ou cidadã, que é chamada de quinto elemento do hip hop.

Organizado pela ONG Zulu Nation, o Hip Hop em Ação receberá no Centro Cultural Canhema, sede da Casa, os grupos Clube do Berro e Raça Reggae e o duo Arnaldo Tifu e Enésimo, que mostra seu trabalho Pau de Dar em Doido.

“Depois do encontro, vamos de comboio a o BC One. De busão, trólebus e metrô. Geralmente, o rap fica mais em evidência no hip hop. Esse encontro promove outro elemento, o break”, diz DJ Dandan, da Zulu Nation. Entre as atrações, Dandan recomenda Discípulos do Ritmo, fundado pelo dançarino e estudioso de dança de rua no Brasil Frank Ejara, se apresentando com o duo feminino de break-beat Tuca e Mell.

O BC One está na terceira edição. A primeira foi na Suíça, em 2004; ano passado, na Alemanha. São encontros competitivos de break, dança de rua originária em Nova York, nos Estados Unidos, com movimentos rápidos e gingado calcado na ginástica artística.

O atual campeão é o francês Lilou. Os brasileiros desafiantes são Pelezinho, de São José do Rio Preto (SP), e Muxibinha, de Brasília. As provas são mata-mata. Uma dupla de dançarinos sob holofotes, música na caixa. O melhor, segundo os juízes da competição, fica; o outro dá adeus. E assim sucessivamente até a dupla final.

Spray – Outro elemento do hip hop, o grafite estará em evidência na exposição Spray: O Novo Muralismo Latino-americano, que abre neste sábado para o público na Galeria Marba Traba, no Memorial da América Latina, e fica até 24 de janeiro. A galeria ficará aberta neste sábado até as 23h.

Vinte e cinco artistas paulistanos do grafite pintaram paredes e murais do espaço, que também mostra cartazes de lambe-lambes e desenhos que colorem muros da metrópole.

A arte do grafite é tomada pelo hip hop como integrante da cultura de rua, mas o muralismo nasceu no México com Diego Rivera (1886-1957) e sua pintura calcada na história revolucionária em marcha do país. Arte acessível ao povo, portanto pública e social, teve repercussão entre os brasileiros Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) e Candido Portinari (1903-1962).

Após o BC One, uma festa às 23h na Pacha (r. Mergenthaler, 829, Vila Leopoldina, São Paulo, s/ tel. Ingr.: R$ 40), aberta o público, reunirá competidores. Lá dento, outra exposição, com fotos de Jamel Shabazz, que registrou o visual urbano de Nova York nos últimos 30 anos, e pegou o começo do hip hop nos anos 80.




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