Em uma década dá para fazer muita coisa. Mas para o Pavilhão 9, mais precisamente durante os últimos 11 anos, foi um período para dar um tempo, assistir às mudanças do mercado fonográfico e identificar novas tendências. “Diante disso, o Doze e eu decidimos reorganizar a banda, pensar conceitos, ouvir novos sons e retomar as atividades, o que resultou num trabalho que eu defino como o disco mais maduro e homogêneo do Pavilhão 9”, diz o MC Rhossi.

O álbum em questão é o Antes Durante Depois (Deck, R$ 27,90, em média), recém-lançado, que, além de retomar o trabalho do Pavilhão 9, comemora os 25 anos do início da banda. “Foi uma parada natural. Os integrantes anteriores foram cuidar de seus projetos particulares. E o Doze e eu tínhamos a missão de continuar, então decidimos reestruturar a banda, trazendo novos integrantes que vestiram a camisa e somaram musicalmente.” Passaram a integrar o time o batera Leco Canali (que vem do Tolerância Zero), o baixista Heitor Gomes (que passou pelo Charlie Brown Jr.), o guitarrista Rafael Bombeck (que também acompanha Rhossi em sua carreira solo), além dos dois cantores de frente.

Com a nova formação, o Pavilhão 9 gravou as dez faixas do álbum, que unem as características das músicas feitas no passado – principalmente o posicionamento político – às tendências estudadas no período de hiato. Entre os assuntos abordados fala-se de corrupção, principalmente nas faixas Tudo por Dinheiro e Acredita Não Duvida. “As letras do Pavilhão 9 sempre tiveram esse perfil político, que tenta expressar o que sentimos e alertar as pessoas para determinados assuntos que, muitas vezes, não são abordados. Não queremos ditar regras, porém notamos que o País não está funcionando direito e que muito dinheiro continua indo para a corrupção, quando deveria ter outro destino”, analisa Rhossi. O hardcore chega pesado em Boca Fechadae, o mais puro hip hop, em Na Malandragem.

E o MC Rhossi pretende tocá-las aqui na região o quanto antes. “Abrimos recentemente a agenda de shows e estamos no processo de divulgação do álbum. Seria muito bom para o Pavilhão 9 voltar a tocar no Grande ABC.”