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Intenção de compra da casa própria dobra
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
04/02/2011 | 07:00
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Fernando Nonato/DGABC


Nove milhões de famílias estão interessados em adquirir um imóvel nos próximos 12 meses. O número revelado pelo Data Popular é mais que o dobro dos 4,2 milhões que declararam intenção de compra em 2008. Somente as pessoas de baixa renda representam fatia de 7,5 milhões desses compradores.

O apartamento destaca-se na preferência de habitação de 69% dos brasileiros dos estratos sociais C, D e E. A criação do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida reacendeu o sonho da casa própria entre essas famílias.

"Essas pessoas acreditavam não ter condições de conseguir um imóvel", diz o sócio-diretor da empresa de pesquisa, Renato Meirelles. O executivo afirma que o aumento do emprego formal e o acesso maior ao crédito estão mudando o quadro das habitações no País.

PERFIL - Segundo o estudo, quanto menor o rendimento da família, maior é o percentual de casas como tipo de habitação. Nas classes D e E, por exemplo, esse número atinge marca de 95%. O contrário é verificado entre na pirâmide da sociedade, onde os apartamentos são moradias de 35,26% dessa população.

Metade das famílias de classe C demonstra-se interessada em adquirir terreno para construir nos próximos 12 meses, na D e E a fatia é de 36% e entre as de alta renda é de 14%. Os apartamentos, por sua vez, aparecem com 49% de pretensão na C, 31% (A e B) e 20% (D e E).

Foram entrevistadas 3.005 pessoas em 35 regiões metropolitanas. O Data Popular considera famílias de classes A e B aquelas que recebem de dez a 20 salários-mínimos, C (três a dez), D e E (um a três) e E (até um). Meirelles sinaliza que os consumidores da base da pirâmide estão adquirindo condições de comprar o imóvel próprio.

"As construtoras estão começando a entender que essas famílias (de classe D) serão a classe média de amanhã. O setor precisa buscar formas de baratear seus produtos adotando técnicas modernas de construção", pondera o pesquisador.

Por enquanto, os estratos da sociedade com vencimentos de até três salários-mínimos são atendidos somente por empreendimentos feitos por meio de convênios entre a Caixa Econômica Federal, prefeituras e Estados. A resistência em deixar o lugar onde sempre viveram também dificulta, pois há a escassez de terrenos.

A pesquisa do Data Popular mostra ainda que o medo está presente nos planos de 6 milhões de famílias que desejam comprar uma habitação. Para as classes C, D e E não conseguir acabar de pagar o imóvel aparece em primeiro lugar, seguido por não obter financiamento.




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