É como se não existissem limites para a arte. Monumentos atingem dimensões tão grandiosas quanto a imaginação de seus criadores. Para transformar o que era projeto em realidade, artistas plásticos demandam ajuda de equipes com habilidades múltiplas, algumas não ligadas diretamente às artes, como soldadores e arquitetos.

A imigração japonesa no Brasil foi lembrada pelo artista plástico Yutaka Toyota em escultura abstrata que entrou para a história do Ateliê Artístico Sarasá, de São Bernardo, que executou a obra, a maior já montada em seus 55 anos.

Instalada como portal da cidade de Bastos, no Interior de São Paulo, a peça de aço com dez metros de altura, quatro metros de largura e dez toneladas demandou três meses de trabalho de seis profissionais em galpão em São Bernardo. "Toyota desenhou a obra e fizemos o projeto. A maioria dos artistas plásticos não tem condições de executar obras gigantescas. É preciso ter maquinário, solda e pessoal especializado para cada tipo de material", diz o artista plástico e restaurador catalão Luis Martin Sarasá, responsável pelo escritório.

A obra, que simboliza a união Brasil-Japão, foi "feita deitada e em quatro partes. Não dá para virar as peças porque são muito grandes e cada uma pesa de 2.000 a 3.000 quilos", diz Sarasá.

A maior dificuldade foi o transporte. "Usei logística grandiosa. As peças foram levadas em carreta com 20 metros de comprimento durante um dia inteiro de viagem", diz.
No local, a montagem levou dez dias. "As partes foram encaixadas, parafusadas e soldadas. Outro desafio foi o curto período de tempo", completa.

JUBILEU DE OURO
Aos 64 anos, Luis Martin Sarasá - que herdou a profissão do pai, Luis Martin Lisbona - planeja exposições para festejar seus 50 anos de carreira, em 2013. Apresentará obras próprias em São Paulo e na Espanha: Barcelona, onde nasceu, e Arbucias, onde foi criado.