As vendas diretas de cosméticos e produtos de higiene e beleza pessoal em 2004 cresceram 21% em valor, ante 2003, de acordo com dados da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). O incremento foi superior ao das vendas no varejo tradicional, que tiveram alta de 19,7%.

O canal das franquias é considerado à parte, e teve crescimento de 23% no ano passado. Para o presidente da Abihpec, João Carlos Basílio da Gama, a tendência é de que as franquias e as vendas diretas tomem cada vez mais fatias do varejo tradicional, sem especialização.

O canal porta-a-porta tem exército de 1,2 milhão de revendedoras, que explicam aos consumidores detalhes sobre cada produto. "Tanto a franquia quanto as revendedoras têm essa característica de orientar o consumidor sobre a qualidade do produto. Já no comércio em geral há poucas e isoladas ações desse tipo."

As estimativas da Abihpec para 2005 ainda não são consistentes. Pessimista, Silva arrisca a dizer que o crescimento será a metade do obtido em 2004, quando o setor registrou volume 14% superior ante 2003. Ele acredita que a indústria tentará repassar custos que não foram agregados aos preços finais no ano passado, mas sem perder market share.

Porém, a queda do dólar deverá gerar impacto positivo nos custos de produção, que envolvem matérias-primas cotadas na moeda americana, como plásticos, papel-cartão, vidro e insumos químicos para a produção em si.

Já as exportações prometem dias melhores. Os embarques em 2004 avançaram 36,08%, para US$ 332 milhões, ante 2003. Em outubro, início do movimento de baixa do dólar, as vendas externas cresceram 22,39% ante igual mês de 2003, no entanto em novembro elas foram 45,12% maiores em relação ao mesmo mês do ano anterior, e em dezembro subiram 38,08%.