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‘Bush deu um tiro no pé ao invadir Iraque’, diz professor
Por Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
25/03/2007 | 07:11
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O presidente George W. Bush cometeu um imenso erro estratégico ao invadir o Iraque em março de 2003. A opinião é de Alfredo Oscar Salun, professor e coordenador do curso de História da UniABC, que não vê uma solução a curto prazo para o conflito no país árabe, que na última terça-feira entrou em seu quinto ano.

“Bush deu um tiro no pé. O presidente entrou no país contrariando a ONU, importantes países europeus, a opinião pública e não conseguiu cumprir aquilo que propôs perante o mundo, que era democratizar o Iraque.”

Além disso, o professor destaca que a invasão norte-americana desencadeou um conflito sectário sem precedentes no país e despertou a rivalidade entre curdos, xiitas e sunitas, que era controlada a mão de ferro pelo ex-ditador Saddam Hussein. “Está cada vez mais difícil de conter os atentados e ataques terroristas”, diz.<EM>

O conflito no Iraque completou quatro anos e contabilizou a marca de 150 mil civis mortos. Protestos em diversos países do mundo, e até em vários estados norte-americanos, marcaram o triste aniversário.

A imagem dos EUA no planeta está deteriorada. De acordo com pesquisa divulgada pela BBC, com base em levantamento feito em 25 países, três em cada quatro pessoas desaprovam a forma como o governo norte-americano conduz a sua política para o Iraque.

“Os EUA são um país mal visto no mundo. Além disso, a popularidade de Bush caiu bastante nos últimos anos”, diz Salun. Segundo pesquisa da revista Newsweek, o índice de aprovação do presidente está abaixo dos 30%.

Cálculos do governo norte-americano revelam que os EUA já gastaram mais de US$ 290 bilhões desde o início da operação militar no Iraque. Segundo estimativas divulgadas pelo jornal The New York Times, cada dia no país árabe custa aos cofres públicos norte-americanos cerca de US$ 300 milhões. O montante inclui a operação militar, salários para os soldados e também agrega os custos de reconstrução.

O próximo passo do governo Bush para tentar conter a violência no país será enviar 30 mil soldados adicionais para estabilizar a capital Bagdá. “Não consigo enxergar nenhuma perspectiva a curto prazo que acabe com as hostilidades. Mesmo que os EUA deixem o Iraque, a luta entre os grupos étnicos e religiosos deve prosseguir em torno do controle central ”, diz Salun.



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