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Palestinos vêem discurso de Bush com cautela; Sharon apóia
Por Das Agências
25/06/2002 | 08:52
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Os palestinos se mostraram prudentes esta terça-feira frente às "idéias" propostas pelo presidente George W. Bush para a paz no Oriente Médio, rechaçando o pedido para descartar o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat. Já o primeiro-ministro palestino israelense Ariel Sharon mostrou-se modesto na apreciação de sua vitória.

"O presidente Yasser Arafat e a direção palestina recebem favoravelmente as idéias propostas por Bush em seu discurso, que podem contribuir seriamente para reativar o processo de paz, e pedem a abertura de discussões para a aplicação dessas idéias", indica o comunicado oficial palestino publicado em Gaza.

Paralelamente ao comunicado lacônico dos palestinos, seu principal negociador, Saeb Erakat, considerou inaceitável o pedido de Bush a "uma nova direção palestina". Corresponde aos palestinos escolherem seus representantes. Bush e o mundo devem respeitar a escolha do povo palestino", declarou à CNN. Erakat anunciou que o presidente Arafat assinou um decreto sobre a convocação de eleições presidenciais "no começo de 2003" nos territórios palestinos.

O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, que não esconde de ninguém seu desapreço por Arafat, apoiou sem maiores comemorações o pedido de se deixar Arafat de lado. "Só depois do total cessar do terrorismo, da violência e das incitações à violência, e quando a Autoridade palestina proceder com verdadeiras reformas incluindo uma nova direção, de forma que uma Autoridade diferente seja criada, será possível discutir a forma de avançar pela via política", destacou um comunicado da presidência do conselho.

Em um discurso sobre o Oriente Médio, Bush pediu aos palestinos que mudem de dirigentes, pedindo de fato a saída de Arafat (mas sem citá-lo), condição apresentada como premissa para a criação de um Estado palestino daqui a três anos.

Bush pediu aos palestinos reformas políticas e de segurança e lembrou que seu ponto de vista era o de "dois Estados vivendo um ao lado do outro, em paz e segurança". Também pediu a Israel "medidas concretas" para promover a emergência da criação de um Estado palestino, pedindo que não se instale nos territórios ocupados e acabe com a colonização na Cisjordânia.

O movimento radical islâmico Hamas, acusado de terrorismo pelos Estados Unidos e por Israel rechaçou o discurso de Bush, qualificando-o de "parcial a favor de Israel. O Hamas prometeu continuar com "a resistência" contra o Estado hebreu.

Desde a segunda-feira, o Hamas está na mira de Israel e da Autoridade palestina, depois do assassinato de dois de seus militantes na Faixa de Gaza e da prisão domiciliar de seu fundador, o xeque Ahmed Yassin, ordenado por Arafat.

O ministro francês das Relações Exteriores, Dominique de Villepin, num giro pela região, estimou em Jerusalém que o discurso do presidente americano "converge com os objetivos da França e da União Européia". Mas expressou reservas quanto à marginalização de Arafat, estimando que "corresponde apenas aos palestinos eleger seus dirigentes".

No sétimo dia da ofensiva "Via firme" lançada depois de dois ataques suicidas em Jerusalém, os soldados israelenses mataram dois policiais palestinos durante um ataque do exército em Hebron (Cisjordânia), e outros cem foram detidos, segundo fontes da segurança palestina.




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