Cultura & Lazer Titulo
Cena refeita
Por Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
08/01/2007 | 21:01
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O espetáculo vai começar. Depois de uma pequena pausa para as festas de fim de ano, a temporada teatral inicia 2007 com todo fôlego.

Montagens de sucesso, como O Avarento, A Casa dos Budas Ditosos e Toda Nudez Será Castigada retomam seus espaços e novas peças, como Anátema, incrementam o cardápio cultural.

Na região, a expectativa fica por conta da vinda de Intimidade Indecente, com Otavio Augusto e Lucinha Lins, em fevereiro, no Teatro Municipal de Santo André. Os ingressos só começam a ser vendidos no fim do mês.

A Casa dos Budas Ditosos, baseado em livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro, coloca em cena Fernanda Torres no papel de uma sexagenária baiana – quase septagenária – que num monólogo cheio de humor reconta todas as suas aventuras sexuais ao longo da vida.

No dia 19, volta ao cartaz no Teatro do Sesc Anchieta A Pedra do Reino, eleita pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) uma das melhores do ano, ao lado de Zona de Guerra, Inocência e Camaradagem. Dirigida por Antunes Filho, conta a história de Quaderna, preso por subversão durante o Estado Novo. A base para montagem são as obras Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta e História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, de Ariano Suassuna.

Quem também retoma o fôlego – e haja fôlego! – é Paulo Autran, que aos 83 anos reinicia a temporada de seu 90º espetáculo, O Avarento, de Molière. Ele vive Harpagon, um velho obcecado pelos bens materiais e pouco preocupado com a sorte dos filhos. A peça já foi vista por mais de 54 mil pessoas.

Autran também tem sua assinatura nos créditos de Pequenos Crimes Conjugais, com Maria Fernanda Cândido e Petrônio Gontijo, que volta ao cartaz na sexta-feira. É dele a tradução do texto escrito pelo francês Eric-Emmanuel Schmitt, e que trata da vida do casal Lisa e Gilberto. Ele sofre um acidente que o deixa com amnésia e pede à esposa que o ajude a reconstruir sua história; porém, há um clima de desconfiança entre eles.

Do Rio, chega uma ótima opção: a montagem de Sérgio de Carvalho, da Cia. do Latão, para o mais épico dos textos de Brecht, O Círculo de Giz Caucasiano. O espetáculo mostra duas fazendas coletivas em disputa pela posse de um vale fértil.

Já entre as estréias, vale destacar a dobradinha de João Bethencourt (morto no último dia 31), que assinou o texto de O Dia em Que Raptaram o Papa, dirigido por Iacov Hillel, e fez tradução e adaptação de As Preciosas Ridículas, texto de Molière que estréia no dia 2 de fevereiro com Helena Ranaldi e Marcos Oliveira no elenco. Nessa comédia, duas moças da burguesia, deslumbradas com os requintes dos salões franceses, tentam se fazer passar por aristocratas.

Para sábado está programada a estréia do monólogo Anáthema, no qual Juliana Galdino interpreta um serial killer que conta seus próprios crimes.




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