Setecidades Titulo Mauá
Moradores disputam
água de caminhões-pipa

Cidades vizinhas mandaram 38 veículos para abastecer os
bairros mais altos, que estão há 6 dias sem água nas torneiras

Angela Martins
Do Diário do Grande ABC
13/02/2012 | 07:00
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Há seis dias sem água nas torneiras, a população de Mauá recebeu com alívio e indignação os caminhões-pipa vindos de cidades vizinhas e da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). Alívio por finalmente ter como reabastecer o estoque de água e indignação pela demora da Prefeitura em dar uma solução para a seca que reina na cidade.

Ontem pela manhã, os moradores do Jardim Itapark se reuniram na Rua Evaristo Basso para disputar o líquido que jorrava da mangueira do caminhão da Sama. "Estamos desde segunda-feira à noite sem água. Nos últimos dias a chuva ajudou e conseguimos água para lavar louça e usar o banheiro. Mas para beber, só comprando galão", afirma a auxiliar de enfermagem Miriam Lima Souza, 25 anos.

Para todos que se aglomeravam em volta do caminhão-pipa, o consenso era de que a ajuda veio tarde demais. "Demorou muito para que eles pensassem no povo. Tenho duas meninas de dois anos e não tem sido fácil esses dias sem água em casa", diz a atendente Cristiane Oliveira da Silva, 31.

Anteontem, o prefeito em exercício de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Júnior (PT), pediu socorro às cidades vizinhas que têm autarquias de água e esgoto para que emprestassem caminhões-pipa, a fim de levar água aos bairros mais altos. Os municípios de Diadema, Santo André, São Caetano, Guarulhos, Carapicuíba, Itapecerica da Serra e Santana do Parnaíba atenderam ao apelo. Uma empresa particular também enviou um veículo.

No total, a cidade ganhou reforço de 38 carros, sendo sete de Guarulhos, três de São Caetano, dois de Diadema, dois de Santo André e um de Carapicuíba. Também foram usados quatro caminhões da Sama e mais 18 alugados pela autarquia. O número pode aumentar conforme a disponibilidade de veículos das outras prefeituras. A numerosa família do ajudante Saulo Medeiros, 33, sofreu nos últimos dias. Com sete pessoas na casa, foi uma bica d'água localizada em bairro próximo que diminuiu o desconforto da falta de abastecimento. "Já fizemos 10 viagens até o caminhão-pipa e estamos enchendo a caixa, que estava completamente vazia", relata.

Algumas áreas baixas estão sendo abastecidas graças à ligação provisória feita em rede auxiliar da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). No entanto, a previsão é que quase 200 mil pessoas só terão água a partir de amanhã à noite. A falha no abastecimento se deve ao rompimento de uma adutora.




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