O dirigente iraniano encarregado da pasta nuclear, Ali Larijani, afirmou que a República Islâmica utilizará "todas suas capacidades" para ameaçar os interesses americanos se os Estados Unidos pressionarem ainda mais o Irã em relação à questão atômica.

Larijani, que ocupa também o cargo de secretário do Conselho Supremo da Segurança Nacional, não detalhou quais seriam estas eventuais medidas contra os EUA. O funcionário assegurou que, no momento, o Irã não questiona abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, mas ressaltou que, se forem pressionados, reexaminarão sua posição.

O representante iraniano nas negociações afirmou que está disposto a prosseguir com as conversações, mas as novas discussões devem transcorrer em um marco bem definido.

Depois de dois meses de negociações, o Irã rejeitou em julho as propostas de cooperação da troika européia (França, Reino Unido e Alemanha) e reiniciou suas atividades nucleares ultra-sensíveis.

EUA - Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira a todos os países que congelem a cooperação nuclear com o Irã depois que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o organismo de vigilância nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas), descobriu que Teerã não estava cumprindo com as salvaguardas da não-proliferação nuclear.

"Esperamos que todos os governos tomem nota das descobertas (da AIEA) do não cumprimento de Teerã e ajustem suas políticas nacionais em concordância", afirmou Stephen Rademaker, assistente do secretário de Estado para a não-proliferação, a um comitê de desarmamento da Assembléia-Geral da ONU.