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Hamas e Fatah respeitam trégua em meio a incidentes isolados
Da AFP
04/02/2007 | 17:47
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Os movimentos palestinos adversários Hamas e Fatah começaram a acatar neste domingo um frágil cessar-fogo acertado por seus dirigentes políticos para a Cidade de Gaza, onde cessaram quase que por completo os enfrentamentos entre seus militantes, com exceção de alguns disparos isolados.

Segundo os dois movimentos, uma equipe conjunta percorreu a cidade para pedir aos homens armados que abandonassem suas posições.

Paralelo a isso, onze homens do Fatah e um do Hamas foram libertados, entre os 55 seqüestrados nos últimos dias. Enfrentamentos esporádicos, no entanto, foram registrados pela manhã em Gaza, cujas ruas continuam parcialmente desertas, embora algumas pessoas tenham se arriscado em sair de casa nos bairros onde reina uma calma relativa.

Os combates, no entanto, foram menos violentos do que nos últimos três dias, quando 28 palestinos morreram e 260 ficaram feridos.

No centro de Gaza, homens armados das duas facções se enfrentaram de forma intermitente de posições estabelecidas principalmente nos edifícios mais altos, informaram testemunhas. Por enquanto, não há informações sobre vítimas.

Dois membros da guarda presidencial, de 19 e 20 anos, não resistiram neste domingo aos ferimentos que sofreram durante um ataque à sua base de treinamento, no sul de Gaza, praticado na sexta-feira pelas Brigadas Ezzedin al Qassam, braço armado do Hamas, informou uma fonte médica.

Na noite de sábado, dois obuses de morteiro foram disparados contra o quartel-geral da guarda presidencial, controlada pelo presidente palestino, Mahmud Abbas, situado a uns cem metros dos escritórios da mesma força, informou um de seus representantes. A violência também atingiu a Cisjordânia, onde um supermercado pertencente a um membro do Hamas e um escritório do movimento foram incendiados.

As direções políticas das duas facções, envolvidas em intensos combates desde 25 de janeiro, não conseguem impor o cessar-fogo acertado na sexta-feira entre Abbas e o líder do Hamas no exílio, Khaled Mechaal.

Um acordo anterior para o fim das hostilidades havia entrado em vigor na terça-feira, após uma primeira onda de confrontos sangrentos, mas virou pó depois de uma emboscada do Hamas contra um comboio suspeito de transportar armas destinadas a forças leais ao Fatah.

As duas facções se acusam mutuamente de serem incapazes de controlar seus militantes armados.

"O problema do Hamas é que a direção política não consegue controlar seus militantes em campo", disse à AFP o porta-voz do Fatah, Tawfiq Abu Jussa.

O porta-voz do Hamas, Ismail Raduan, afirmou, por sua vez, que o "braço golpista (do Fatah) não deseja a calma, nem (a aplicação) dos acordos que foram assinados".

"Até agora, não há respeito do (cessar-fogo) por parte dos homens da guarda presidencial e os serviços de inteligência mantêm seqüestrados dezenas dos nossos membros, mantêm bloqueios e se posicionaram nos lares" para poder atirar dali, assegurou.

O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, indicou,por sua parte, que participará na reunião de terça-feira, um encontro promovido pelo rei Abdullah da Arábia Saudita com o objetivo de acabar com a violência interpalestina e desbloquear as negociações para a formação de um governo de unidade nacional nos territórios.




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